São Paulo — O futuro é agora e o foco tem que ser na competitividade e na reindustrialização do País: este foi o ponto de vista proposto por Juliano Almeida, diretor de compras e supply chain da Stellantis para América do Sul, durante o último dia do Seminário Compras Automotivas, realizado por AutoData, na quarta-feira, 25. O investimento em novas tecnologias é considerado fundamental para a projeção da indústria nacional e para reduzir riscos externos, como o câmbio e questões logísticas:
“A Stellantis trata a localização de componentes e de sub-componentes na cadeia produtiva como uma de suas prioridades na região. O foco é tornar a operação mais competitiva e melhorar a gestão de custos e o custo total de produção”.
O avanço na localização trará aos fornecedores da Stellantis oportunidades em novos mercados, pois outro foco de trabalho será explorar e potencializar oportunidades de exportação para a cadeia de fornecimento instalada na América do Sul. A companhia também trabalha para que sua cadeia invista na nacionalização de componentes e de matéria-prima, para não serem impactados pelas variações cambiais.
Almeida citou oportunidades de nacionalização de itens e tecnologias que surgirão nos próximos anos, com aumento da demanda puxado pela obrigatoriedade de ESC, controle eletrônico de estabilidade, AEB, sistema de frenagem automática em casos de emergência, ACC, piloto automático adaptativo, assistente de manutenção de faixa, dentre outros. Todos esses componentes e tecnologias são, hoje, importados pela Stellantis.
Outra oportunidade de reindustrialização poderá vir do segmento de módulos eletrônicos. A expectativa é de que em 2023 a indústria automotiva consuma 112 milhões de unidades, sem considerar outras indústrias, volume que poderá ser relevante para atrair investimentos.
Mais um ponto pode animar os fornecedores da Stellantis e de todo o setor automotivo instalado na América do Sul: trata-se da projeção divulgada pelo diretor, de 4 milhões 604 mil veículos produzidos na região até 2029, batendo 3,7 milhões em 2025. Para 2022 a expectativa é de que sejam produzidos 2 milhões 941 mil.
Juliano Almeida também informou a projeção do avanço de veículos elétricos na América do Sul: deverão representar 20% do mercado até 2030. No mesmo período este porcentual será de 100 % na Europa e de 50% nos Estados Unidos.