Empresa lidera segmento com dois modelos, XC40 e C40
São Paulo – Circulam pelas ruas e estradas brasileiras mais de novecentos automóveis 100% elétricos Volvo, dos quais mais da metade foi vendida no primeiro trimestre. A empresa diz liderar as vendas do segmento no mercado nacional, que nos primeiros três meses do ano registrou 1,3 mil automóveis e comerciais leves elétricos comercializados.
O XC40 e o C40 ocupam as primeiras posições do ranking dos 100% elétricos desde seus lançamentos – o primeiro em setembro do ano passado e o segundo em março. Respondem por quase um terço das vendas do portfólio da Volvo Cars, formado no Brasil exclusivamente por modelos eletrificados.
O Brasil foi escolhido, dentro da corporação, como prioridade nos planos de eletrificação. Aqui, como na Noruega, a Volvo só vende modelos eletrificados e, por essa razão, ambos passam à frente na fila de pedidos durante a crise dos semicondutores. E, embora ainda exista muita desinformação e falta de informação sobre os 100% elétricos, o resultado tem deixado a diretoria satisfeita.
A falta de informação muito diz respeito à autonomia. O brasileiro roda, em média, 13 mil quilômetros por ano, segundo um levantamento da KBB de 2019, o que dá em torno de 250 quilômetros por semana. Não existe a necessidade, portanto, de fazer com um carro elétrico o que se faz com um smartphone, que precisa ser ligado na tomada assim que se chega em casa. A necessidade de recarga é mais parecida com a de visitar o posto de combustível.
A reportagem da Agência AutoData rodou por uma semana com um XC40 Pure Electric, que possui mais de 400 quilômetros de autonomia, segundo a Volvo. Ao retirar o carro o indicador de bateria mostrava 70% da carga e nos foi aconselhado fazer uma recarga assim que possível.
O XC40 rodou como um carro de brasileiro médio, em torno de 250 quilômetros na semana. A ideia era passar a semana sem a recarga, mas a curiosidade de testar um carregador impediu o cumprimento do planejado: uma carga de pouco mais de 1 hora, em um carregador de baixa tensão, elevou de 38% para 53% sua autonomia. E foi só. O XC40 foi devolvido com 25% de autonomia, e o painel informava que ainda podia rodar pelo menos mais uns 80 quilômetros.
O sistema multimídia do XC40 traz o Google nativo e conectado com o carro. A grande vantagem é que o automóvel conversa com o aplicativo Google Maps, por exemplo, e permite saber com antecedência com quantos por cento de bateria você chegará ao seu destino final. Em todos os testes da reportagem a projeção foi certeira.
De negativo da experiência apenas uma observação, que nada tem a ver com o carro: em uma ocasião a reportagem tentou, sem sucesso, carregar o XC40 em vagas especiais para elétricos em um shopping center. Os três carregadores estavam sendo usados no momento da chegada e, passada 1 hora, descemos para o estacionamento para ver se haviam sido liberados: ainda estavam lá, sendo que dois dos veículos já com carga completa. É preciso um maior senso de coletividade nestes momentos.