Trabalhadores dispensados foram reintegrados à folha de pagamento
São Paulo — Em nova decisão na terça-feira, 31, a Justiça do Trabalho de Jacareí negou pedido da Caoa Chery e manteve a suspensão das demissões de 580 trabalhadores da fábrica do Interior paulista. Diante do estabelecimento de multa diária de R$ 50 mil caso não cumpra a decisão, a empresa informou que, embora já estivesse programada para efetuar o pagamento das verbas rescisórias na quinta-feira, 2, recolocou os funcionários na folha de pagamento para que recebam seus salários de forma integral.
A Caoa Chery esclareceu em nota que “tal procedimento impacta em reversão de muitos cálculos e providências inesperadas, que podem levar alguns poucos dias para serem realizadas a contento”. Disse ainda que está trabalhando para reverter a decisão e que segue aberta à continuidade de negociação com o sindicato.
De acordo com a entidade sindical, 580 metalúrgicos foram informados de suas dispensas por meio de telegramas enviados em 25 de maio.
Audiência — Nesta quarta-feira, 1º, foi realizada audiência do MPT, Ministério Público do Trabalho, com a Caoa Chery e o sindicato. A reunião, entretanto, terminou sem acordo e nova conversa foi agendada para terça-feira, 7.
O objetivo da audiência foi debater contrapartidas aos trabalhadores demitidos.
Segundo o MPT após conversas com as partes o órgão “envidou esforços para superar impasses nos temas relativos ao período de contrato, aos valores indenizatórios devidos e aos benefícios que poderiam ser mantidos por determinado prazo, como os planos de saúde e odontológicos, período de estabilidade, incluindo cipeiros, além de preferência na recontratação dos empregados desligados da empresa e necessidade de treinamento, dentre outros”.
Os procuradores também colocaram em pauta a possibilidade de rescisão contratual em época a ser definida. Representantes da empresa pediram um prazo para deliberar sobre novas propostas.
Pleito — O sindicato defende que seja adotado o lay off de cinco meses com mais três meses de estabilidade e a permanência da fábrica em Jacareí.
Para aqueles trabalhadores que não quiserem aderir ao programa a entidade reivindica indenização social que seja justa. Em audiência anterior, o MPT propôs vinte salários nominais nominais e a extensão dos benefícios por dezoito meses.
A Caoa Chery anunciou que a planta de Jacareí, de onde saíam os modelos Arizzo 6 e Tiggo 3X, será provisoriamente fechada, resultando no desligamento dos trabalhadores que atualmente se ativam na linha de produção, com o objetivo de planejar reposicionamento de mercado. A intenção da empresa é readaptar a fábrica para produzir veículos eletrificados a partir de 2025.
A Caoa Chery não se manifestou com relação ao impasse da audiência no MPT.