São Paulo – Diante da falta de acordo do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região com a Caoa Chery a respeito do destino da fábrica de Jacareí, SP, e de seus 480 funcionários, na manhã da terça-feira, 24, em torno de duzentos metalúrgicos ocuparam a fábrica por uma hora e meia.
Segundo o sindicato o protesto foi motivado pelo fato de a empresa ter voltado atrás na proposta de lay off de cinco meses, mais três meses de estabilidade até janeiro, que havia sido formalizada em ata. A ideia seria pressionar a empresa e ganhar tempo para tentar reverter sua decisão de demitir todos os empregados e preparar a unidade para produzir veículos elétricos a partir de 2025.
A empresa negou a existência de lay off ao justificar que será extenso o prazo para a reestruturação da fábrica, que produzia os modelos Arizzo 6 e Tiggo 3X. E ofereceu indenização de sete a quinze salários nominais, sem outros benefícios, o que foi rejeitado pelos operários.
Na mesma assembleia os metalúrgicos aprovaram proposta do Ministério Público do Trabalho apresentada na sexta-feira, 20, de vinte salários nominais e extensão por dezoito meses de todos os benefícios vigentes. A tentativa de conciliação mediada pelo órgão, que contou com uma segunda audiência na segunda-feira, 23, resultou em impasse.
De acordo com o presidente do sindicato, Weller Gonçalves, a Caoa Chery voltou atrás em todas as propostas que haviam construído ao longo deste mês: “Os trabalhadores estão indignados com a falta de compromisso da empresa. Por isso fizemos essa ocupação, como uma determinação de luta. É um momento histórico de mobilização”.
Os metalúrgicos anunciaram que manterão o rodízio no acampamento em frente à unidade e que realizarão uma mobilização por dia, mas não necessariamente na fábrica. Gonçalves disse que os metalúrgicos visitarão outras empresas em busca de apoio para que a Caoa Chery retome a oferta de layoff com a estabilidade no emprego, a fim de que os 480 funcionários possam planejar o futuro.
A Caoa Chery informou em nota que “neste momento os advogados estão tomando todas as medidas cabíveis”.