São Paulo – A prática já é adotada por algumas montadoras: se faz consultas a operações no Exterior que precisam de determinada peça ou componente que um fornecedor brasileiro pode oferecer. A ponte é feita e a oportunidade de exportação aberta. A Agência AutoData relatou diversas iniciativas no sentido, que agora a Anfavea busca ampliar para algo mais setorial. Segundo seu presidente, Márcio de Lima Leite, a intenção é tornar a entidade um agente facilitador desse intercâmbio, ampliando as exportações de sua cadeia fornecedora e, por consequência, a força e a competitividade da indústria nacional.
O plano, por enquanto apelidado De Volta para o Futuro, foi anunciado por Lima durante entrevista coletiva à imprensa concedida na sexta-feira, 5, e já apresentado ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que o considerou, de acordo com o presidente da Anfavea, oportuno para o momento. Sua intenção foi tentar com o governo algum mecanismo que sirva como indutor dessa política.
“Nossas associadas assumem o compromisso de nomear um representante, da área de compras ou pesquisa e desenvolvimento, que buscará o que o Brasil tem de melhor para oferecer ao mercado externo. Temos oportunidades em algumas áreas, como baterias e outros componentes.”
O presidente da Anfavea deixou a entender que ainda se trata de um planejamento em amadurecimento, uma ideia que carece de formação de parcerias com a indústria de autopeças e o governo. A intenção não é gerar impacto direto no setor de produção de veículos, mas de forma indireta com a melhora na competitividade: “Quanto mais produção tivermos por aqui, quanto mais insumos produzirmos, mais competitividade teremos”.
A Anfavea discutiu com o governo também outras medidas que, essas sim, podem colaborar diretamente com a produção de suas associadas. Uma dela tem a ver com a possível redução do IOF, Imposto sobre Operações Financeiras. Lima disse que na compra de um automóvel ele é cobrado em três situações: na venda da montadora à concessionária, no financiamento do veículo pelo consumidor e na contratação do seguro: “Seu impacto é muito grande no custo da aquisição pelo cliente”.
Ele não recebeu a promessa, mas espera que o governo se sensibilize e reduza o valor do IOF. Assim como espera novos passos na questão do Plano Nacional de Semicondutores, que está em gestação dentro do governo com gente da indústria.
Há, ainda, o Renovar: sua aprovação pelo Congresso foi apenas mais um passo. Agora a entidade aguarda a sanção presidencial e, o mais importante, o decreto que trará a sua regulamentação.