São Paulo – A Abla, Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis, calcula que as suas associadas serão as responsáveis por pelo menos 450 mil veículos comprados em 2023, diante do cenário atual. Mas o volume poderá ser maior e chegar a 650 mil unidades caso as montadoras adotem alguns fatores, como política comercial mais agressiva e focada no segmento de locação.
“Tudo dependerá de como as montadoras olharão para o nosso mercado, assim como uma possível redução da taxa Selic”, disse o presidente Marco Aurélio Nazaré. “A renovação de frota das locadoras poderá ser acelerada, pois a idade média atual é de 23 meses mas o ideal seria em torno de 15 meses, algo que os clientes demandam”.
No ano passado, de acordo com os dados do Anuário Abla 2023, suas associadas compraram 590,5 mil automóveis e comerciais leves, volume 33,6% maior do que o registrado em 2022, com renovação de 300 mil unidades. O modelo mais comprado foi o Volkswagen Gol, que somou 45,8 mil emplacamentos, e as locadoras pagaram, em média, R$ 93,6 mil por veículo adquirido, com investimento total de R$ 55,2 bilhões no ano passado.
A Stellantis foi a montadora que mais vendeu veículos para as locadoras, com 211,6 mil unidades. Em segundo lugar ficou a Volkswagen com 98 mil vendas e a GM foi a terceira com 72,6 mil veículos.
A Abla também separou os veículos por segmento: os hatches compactos representaram 25,2% do total das vendas, seguidos pelos veículos de entrada, com 19,2%. Os SUVs chegaram a 18,5% do total licenciado, 4 mil unidades a menos do que os veículos de entrada. Segundo Nazaré a tendência de avanço deste tipo de veículo também acontece na demanda das locadoras.
A receita bruta do setor cresceu 56,6% na comparação com 2022, somando R$ 36,8 bilhões. O faturamento líquido foi de R$ 32,1 bilhões, avanço de 55,8% na mesma base comparativa. A arrecadação de impostos sobre locação de carros foi de R$ 4,7 bilhões, enquanto os impostos gerados a partir da compra de veículos foi de R$ 17,8 bilhões.
O número de usuários saiu de 50,1 milhões em 2022 para 69,3 milhões em 2023, demonstrando o momento atual da população que procura mais o uso do que a posse, por causa do poder de compra corrompido pela inflação, segundo o executivo. Outro dado que reforça esse cenário é o avanço das assinaturas de longo prazo, que só não ganharam mais espaço porque os consumidores estão sofrendo com o menor poder aquisitivo.
No ano passado as 22,9 mil locadoras associadas à Abla geraram 89,6 mil empregos, contra 85,4 mil em 2022.