São Paulo – A GWM, Great Wall Motor, está trabalhando para desenvolver sua cadeia de fornecimento no País e busca escala e preços competitivos na comparação com o mesmo componente importado. Segundo Ricardo Bastos, seu diretor de relações governamentais, que participou segundo dia do Seminário AutoData Negócios Automotivos 2023, realizado na terça-feira, 30, a intenção é buscar fornecedores já instalados no Brasil e não trazer empresas da China para iniciar uma operação local:
“Queremos desenvolver parceiros locais, sem contrato de exclusividade. Nossa procura é por volume e escala para que seja possível reduzir os custos de produção, tanto para nós como para outras empresas atendidas pelo fornecedor”.
Para que esse desejo se torne realidade Bastos sugeriu uma mudança no processo de desenvolvimento de novos veículos realizado pelas montadoras, no qual tudo é tratado de forma sigilosa. O compartilhamento de informações pelas companhias poderá ajudar na redução de custos dos componentes que serão usados no veículo.
A procura por fornecedores locais já começou e alguns contratos já foram fechados localmente, como a parceria com a Weg, que fornece carregadores nacionais para veículos elétricos à GWM. Outras conversas já estão em andamento e, segundo o diretor, outras empresas serão chamadas no momento certo para negociar:
“Também estamos tomando decisões estratégicas sobre quais componentes produziremos localmente para desenvolver um novo fornecedor, processo que demora de um a dois anos, mas precisamos avançar porque queremos aproveitar um regime especial de exportação a partir do Brasil para outros países e, para isto, precisamos atender os requisitos de conteúdo fabricado localmente”.
Bastos, que possui longa experiência no setor automotivo nacional, avaliou o parque industrial do setor como muito forte, com potencial para avançar. A longo prazo, o executivo acredita que o Brasil tem potencial para produzir motores e baterias para veículos leves elétricos, assim como ECUs e sensores.
A fábrica da GWM em Iracemápolis, SP, está recebendo os equipamentos para manufatura, a maioria importados, para seguir o modelo de operação da China. A unidade terá a capacidade anual ampliada de 40 mil para 50 mil unidades, mas a empresa não usará todo o volume inicialmente. A contratação dos funcionários começará em breve, com um processo que buscará os líderes de cada setor, profissionais que serão treinados.