São Paulo – A média diária de licenciamentos recuou 10% em maio, comparado com abril, para 8 mil unidades/dia, apontam dados preliminares do Renavam obtidos pela Agência AutoData. Foram comercializados 176,6 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus em 22 dias úteis, com uma demanda menor do que a esperada no fim do mês, após o anúncio do governo de que os preços dos veículos abaixo de R$ 120 mil cairão: o Ministério da Fazenda está ajustando os últimos pormenores de uma medida provisória, que deverá ser publicada nos próximos dias.
Comparado com abril, sem aplicar a média diária, as vendas cresceram 9,9% sobre as 160,7 mil unidades emplacadas no mês passado. Com relação a maio de 2022 as vendas recuaram 5,6%, das 187,1 mil unidades no mesmo mês do ano passado, marcado pela retomada das vendas após um primeiro quadrimestre fraco.
Segundo fonte ligada ao varejo as vendas dos últimos dias foram concentradas em modelos com preço acima de R$ 120 mil, com uma forte demanda, ainda, das locadoras. O ranking dos modelos mais vendidos no mês corrobora a informação: estão dentre os mais emplacados os SUVs Volkswagen T-Cross, Jeep Compass, Chevrolet Tracker, Hyundai Creta e a picape Fiat Toro, ocupando o lugar de alguns hatches de entrada que dominaram o ranking nos últimos meses, também puxados por compras de locadoras.
No acumulado de janeiro a maio os emplacamentos somaram 809,1 mil unidades, avanço de 9,4% sobre as 739,9 mil unidades do mesmo período do ano passado.
O anúncio do governo acabou esfriando a venda de veículos porque consumidores dos modelos que terão seus preços reduzidos adiaram as compras. O mercado, porém, já estava parado antes com a expectativa deste anúncio, como sinalizou o consultor Ricardo Bacellar, da Bacellar Advisory Boards, no Seminário AutoData Negócios Automotivos 2023.
A expectativa é que as regras dos descontos nos preços dos carros, que obedecerão três frentes – o preço do veículo, a eficiência energética e o conteúdo local, e que poderão variar de 1,5% a 10,96% – sejam anunciadas nos próximos dias. Há também um impasse com relação ao prazo: apesar de a Anfavea ter dito que espera que vigorem por pelo menos um ano o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que deverá durar em torno de três meses.