Brasília, DF – O governo federal tem interesse em tornar o Brasil um polo produtor de baterias para veículos elétricos. Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, incentivos estão sendo estudados, não apenas na área fiscal, para alavancar esta indústria no País.
Será em duas fases, de acordo com o ministro: a primeira, dentro do escopo do Rota 2030, buscará incentivar a pesquisa e o desenvolvimento da tecnologia. “A segunda parte é a produção propriamente dita. Tornaremos o Brasil um hub na produção de baterias, com geração de empregos e renda para a população”.
Ele participou da abertura do evento Conduzindo o Futuro da Eletrificação no Brasil, organizado pela Anfavea em Brasília, DF, na terça-feira, 14. A ideia do governo é fazer do País mais do que um mero fornecedor de insumos para a bateria, como o lítio, encontrado em regiões carentes como o Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais.
Nos últimos meses montadoras avançaram sobre empresas instaladas no Brasil que exploram materiais usados em carros elétricos, como o níquel e o cobre. Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, afirmou que o movimento é natural, pois todas as fabricantes buscam garantir insumos para a sua produção futura.
“Há uma grande procura por minerais e uma corrida para ver quem chega primeiro a essas minas ou empresas para garantir essa autossuficiência. Na Argentina também ocorre isso”.
O executivo descartou, porém, que o Brasil seja mero fornecedor de minerais. “Haverá dois momentos: importação, por não haver escala para justificar o investimento, e depois a produção local, com planejamento para exportação. Mas não será no curto prazo”
Etanol
Lima Leite afirmou também haver outras conversas com o Ministério de Minas e Energia, no âmbito dos biocombustíveis. Uma delas é incentivar o crescimento de participação do combustível renovável nas bombas: hoje apenas 30% dos carros flex abastecem com o etanol puro, segundo o executivo.
“Precisamos crescer essa participação. Conversamos com o ministro Alexandre Silveira para fazer uma campanha para informar melhor a população, acreditamos que boa parte não sabe dos benefícios ambientais que o etanol traz”.
Está em discussão, também, um bônus para o motorista que abastecer seu carro com etanol. A ideia é criar uma espécie de programa de fidelidade, com benefícios ao usuário. “Mas claro, é preciso que haja um preço competitivo também”.