São Paulo – Os juros altos, que dificultam os financiamentos, e a chegada da tecnologia Euro 6, que elevou o valor dos caminhões e ônibus vendidos no País, começam a refletir na venda de pneus de carga, de acordo com o vice-presidente de vendas da Michelin para América do Sul, Ruy Ferreira. Ele projeta queda acentuada para 2023:
“O mercado deverá recuar de 25% a 30% até dezembro e nós acompanharemos esta retração de vendas. O movimento de pré-buy, realizado no fim do ano passado, também ajudou a retrair a demanda e já esperávamos um 2023 menor”.
O cenário é diferente quando se fala dos pneus de carga que são vendidos para reposição, pois este segmento deverá ter melhor desempenho ao longo do segundo semestre, encerrando o ano com alta de 2% a 4% na comparação com 2022. Segundo Ferreira o escoamento da produção do agronegócio será maior de junho a dezembro, movimentando o mercado de reposição, assim como as entrega urbanas e uma possível renovação de frota.
A Michelin possui quatro fábricas no Brasil, duas no Estado do Rio de Janeiro, uma em Guarulhos, SP, e outra em Manaus, AM, e nenhuma delas sofre mais com restrição de matéria-prima para produzir. O vice-presidente disse que o fornecimento melhorou a partir do segundo semestre do ano passado, acelerando o ritmo produtivo, mas com custos maiores após a pandemia da covid-19.