Com a Rampage expectativa é dobrar a participação nas vendas do segmento
São Paulo – A primeira Ram feita no Brasil tem uma difícil missão: fazer da marca que só tem picapes em seu portfólio líder em vendas no segmento de veículos premium no mercado local. Até o fim do ano a expectativa é superar a atual líder BMW, que vende automóveis e SUVs, assim como outras marcas tradicionais como Mercedes-Benz, Audi, Volvo, Land Rover.
“Atualmente temos 18% de market share no segmento”, lembrou Everton Kurdejak, vice-presidente comercial das marcas Jeep, Ram, Dodge e Chrysler na América do Sul. “Com a Rampage esperamos até dobrar essa participação e ultrapassar os 26% da BMW.”
Para o executivo a Rampage é um veículo premium porque oferece conforto, luxo e desempenho típicos desta categoria: “E vamos além, porque identificamos que este cliente também gostaria de um produto versátil como as picapes. Mais uma razão é estarmos posicionados no patamar de produtos acima de R$ 200 mil”.
Haverá duas fases de pré-venda da Rampage nos próximos meses, com preços especiais. Após esse período eles poderão mudar. A primeira fase terá início na quinta-feira, 22, com quinhentas unidades ofertadas apenas pela internet. Essas picapes serão faturadas em agosto ou setembro. O interessado dará um sinal de R$ 1 mil e terá os preços de lançamento garantidos, além do pacote de equipamentos Elite gratuito, que inclui sistema de áudio Harman Kadron, banco do passageiro com ajuste elétrico e o ambiente interno todo iluminado durante a noite. Esse pacote Elite tem custo de R$ 6 mil.
A segunda fase da pré-venda terá 2 mil unidades que serão encomendadas por meio dos concessionários. Hoje são setenta pontos de vendas da Ram, mas até agosto essa rede será ampliada para cem. Cada uma delas terá vinte unidades da Rampage para venda ainda com os preços de lançamento apresentados acima.
“Quando atingirmos o ritmo de produção ideal em Goiana [PE] esperamos que sejam negociadas mais de 2 mil unidades ao mês no Brasil. Assim chegaremos à liderança do segmento premium.”
Este primeiro momento de pré-venda servirá também para a Stellantis comprovar as expectativas do produto no mercado nacional. A projeção é que o mix de vendas País seja de 45% das versões Rebel e Laramie, respectivamente, e de 10% da Rampage R/T.
A fabricante aposta na exclusividade da picape nacional especialmente porque oferece, segundo sua avaliação, um conteúdo praticamente inexistente neste segmento. A começar pelo que classifica como o pacote tecnológico mais amplo dentre as picapes: são duas telas, uma de 10,3 polegadas do quadro de instrumento e uma central multimídia de 12,3 polegadas, a maior da categoria, segundo a Stellantis.
Além do tamanho e da definição da tela o sistema se destaca pelo uso intuitivo e pela quantidade de recursos, como conexão sem fio para Android Auto e Apple CarPlay e possibilidade de parear dois smartphones ao mesmo tempo. São seis portas USB espalhadas na cabine.
A lista de equipamentos de segurança é enorme e inclui sete airbags [frontal, lateral dianteiro, de cortina dianteiro e traseiro e de joelhos para motorista], controle de estabilidade, mitigação de rolagem da carroceria, comutação automática do farol alto, monitoramento da pressão dos pneus e vários auxílios à condução. Dentre eles estão o controle de velocidade adaptativo com stop&go, alerta de colisão frontal com frenagem autônoma de emergência e detecção de pedestres e ciclistas, monitoramento de pontos cegos, detecção de tráfego traseiro cruzado e alerta de saída de faixa com correção.
O serviço Ram Connect, que estreou no Brasil em maio na 1500 Limited também está disponível na Rampage. Ele conecta uma série de serviços que podem ser acessados a bordo da picape ou por meio do smartphone.
Além de relatórios sobre as condições da picape e de alertas para levar o veículo à revisão e comando remoto de partida, dentre outras facilidades, o Ram Connect é um amplo pacote de conectividade, segurança em tempo real com monitoramento 24 horas, assistência em situações de emergência, atualizações remotas e navegação inteligente, capaz de fazer o cálculo da autonomia de combustível para chegada ao destino e a situação do trânsito no momento, por exemplo
Toda Rampage incluirá acesso gratuito a todos esses serviços por doze meses, a exemplo de Wi-Fi embarcado com 60 GB de franquia de dados, com possibilidade de conectar até oito dispositivos simultaneamente.
A Ram escolheu apenas duas motorizações para a Rampage: o Hurricane 4, motor importado de 2 litros turbo somente a gasolina com 272 cv de potência e 400 Nm de torque. E o Multijet a diesel, também 2 litros, com 170 cv e 380 Nm. As duas opções utilizam transmissão automática de nove velocidades.
Está descartada neste momento motorização flex porque, segundo Kurdejak, “identificamos que esse perfil de cliente utiliza apenas gasolina em seus veículos”.
A ideia é apostar na esportividade do Hurricane 4, que pode levar a Rampage a até 220 km/h.
Há, também, a possibilidade de exportar a Hurricane para outros países. Para Argentina e Chile a expectativa é que até o fim do ano comecem os embarques: “Este programa está sendo avaliado e depende da procura que tivermos no mercado interno. Ainda não sabemos se conseguiremos, neste primeiro momento, atender aos pedidos do consumidor brasileiro”.
Outra possibilidade, essa mais remota, é levar a Rampage para o mercado estadunidense: “Seria um produto de entrada lá. Nada está descartado. A expectativa é grande e esperamos que um dia isso possa acontecer”.
