São Paulo – As demissões iniciadas pela General Motors em suas três fábricas paulistas, São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes, em pleno sábado, 21, por telegrama e e-mail, envolveram 1,2 mil trabalhadores, segundo informaram os sindicatos dos metalúrgicos locais, citando a própria companhia como fonte.
Para a reportagem de AutoData a assessoria da empresa respondeu que “esta informação não está disponível”.
O maior volume de desligamentos está sendo realizado em São José dos Campos, de onde saem S10 e Trailblazer, motores e transmissões. Dos cerca de 4 mil funcionários da unidade do Vale do Paraíba oitocentos tiveram seus contratos de trabalho encerrados, o que significa que foi enxugado 20% do efetivo.
Na sequência vem a unidade de São Caetano do Sul, onde está localizada a sede brasileira da GM e na qual são produzidos os modelos Montana Tracker e Spin. Na planta do ABC foram demitidos trezentos dos 7,5 mil empregados, ou seja 4% do total.
A fábrica de peças e componentes da GM em Mogi das Cruzes, na Região Metropolitana de São Paulo, foi a menos atingida em termos de volume, com o corte de cem operários. Em termos porcentuais, porém, é a que sofrerá o maior baque, pois o total de funcionários é de 470, que agora será reduzido em 21,2%.
Após a confirmação da fabricante acerca do número de dispensados, o sindicato de São José dos Campos realizou protesto na portaria da fábrica, pendurando cem uniformes de trabalho com mensagens de luta.
As três unidades estão com suas produções paralisadas desde a segunda-feira, 23, em ato de repúdio pelas demissões unilaterais. Representantes sindicais conseguiram agendar reunião na Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo na tarde da quarta-feira, 25, com o secretário da Fazenda e Planejamento, Samuel Yoshiaki Oliveira Kinoshita, na Capital.
Ainda aguardam o retorno a pedido de encontro com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Assim como com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem endereçaram carta com pedido de socorro.
Estão programados para quinta-feira, 26, assembleia em Mogi das Cruzes, às 6h00, e ato em São José dos Campos, às 9h00, na sede do sindicato, que seguirá ao Centro da cidade. Na sexta-feira, 27, em Mogi, haverá encontro com as famílias dos trabalhadores em frente à fábrica.
Há cerca de um mês a GM propôs PDV, Programa de Demissão Voluntária, aos sindicatos de suas fábricas paulistas, que recusaram a oferta. Os sindicatos alegam que não foram procurados após as conversas nem consultados a respeito das demissões promovidas no fim de semana.