Descolamento da média global coloca em risco toda a indústria brasileira de máquinas e preocupa Anfavea
São Paulo – O investimento de empresas e governo em bens de capital, que inclui máquinas, equipamentos, construção civil e pesquisa e desenvolvimento, representou 18,1% do PIB brasileiro em 2022, contra a média global de 26,9%. De acordo com dados apresentados pela Anfavea, de 145 países avaliados, 114 possuem taxa de investimento superior à do Brasil.
Este cenário preocupa Márcio Lima Leite, presidente da Anfavea, pois o Brasil está se descolando da média global: “Temos que tomar cuidado porque coloca em risco toda a nossa indústria nacional de máquinas agrícolas e rodoviárias”.
Em 2013 a média global de investimentos foi de 26,4%, contra 21,7% no Brasil. O País nunca mais atingiu este porcentual: nos anos seguintes registrou forte queda, chegando à menor taxa em 2017, quando investiu 14,6%, contra a média global de 26,5%, e começou a se recuperar em 2021, quando subiu para 19,4%, mas no ano seguinte uma nova queda foi registrada.
Segundo o presidente da Anfavea o Brasil “tem condições de sobra” para elevar este porcentual e o PAC, Programa de Aceleração do Crescimento, deverá ser a grande ferramenta para que os investimentos aumentem: “É necessário mudar isso pois nós queremos fabricantes de máquinas que investem em P&D aqui e geram empregos, e não apenas fábricas que montam as máquinas e não geram investimentos relevantes”.
O PAC prevê, segundo a Anfavea, R$ 21,8 bilhões para 4,5 mil obras de construção civil pesada. R$ 7,3 bilhões serão destinados para 441 obras para abastecimento de água, urbanização de favelas e contenção de encostas. Para a área de infraestrutura logística a expectativa é de que sejam liberados R$ 349 bilhões até 2026.
Para as obras de saneamento básico via PAC são esperados R$ 893 bilhões, e o programa Minha Casa Minha Vida poderá construir até 6 milhões de casas para reduzir o déficit habitacional.