Transmissão entrará em fase de calibração com os clientes para depois ser produzida em série na fábrica de Valinhos
Valinhos, SP – Totalmente desenvolvida pela Eaton no Brasil, com foco nos veículos com as características que as estradas locais demandam, a nova geração de transmissões automatizadas para veículos Advantor foi apresentada a grandes clientes em três configurações, de seis, oito e dez marchas. A recepção foi positiva, segundo o presidente Antônio Galvão: tanto que foi pedida antecipação da produção em série da linha.
Para este desenvolvimento foi ampliada a base de fornecedores locais, segundo Galvão. Itens como freio de inércia e atuadores de embreagem, que eram importados dos Estados Unidos, agora são comprados de empresas do Brasil. O presidente disse, porém, que o porcentual de conteúdo local pode variar de acordo com os preços internacionais: se os preços praticados no País subirem acima da média global a empresa passará a recorrer a fornecedores externos.
A nova geração substituirá gradativamente a atual. A Advantor pode equipar caminhões e ônibus de 9 a 49 toneladas, atendendo a caminhões leves, médios e semipesados, assim como micro-ônibus, ônibus urbanos e rodoviários. A produção ainda não começou porque será necessário um trabalho de calibração para atender às demandas de cada montadora:
“Só depois deste processo é que começaremos a produzir em série na fábrica de Valinhos”.
Além de agregar as opções de oito e dez marchas para os clientes a Advantor reduz em 10% o consumo de combustível na comparação com um câmbio similar manual e em 20% com relação a um câmbio automático, garante a Eaton. A durabilidade da embreagem, que é acionada de forma automática, é duas vezes maior do que a de um câmbio manual, no qual o motorista é o responsável pelo acionamento.
Outro ponto positivo da nova geração é o uso de uma série de componentes comuns às versões de seis, oito e dez marchas, gerando escala para a Eaton e ajudando na redução dos custos de produção.
O investimento para o desenvolvimento da nova transmissão integra os R$ 800 milhões aplicados pela Eaton desde 2020, dos quais R$ 600 milhões foram dedicados a suas fábricas para aplicação de conceitos da indústria 4.0, modernização e novos equipamentos. Os outros R$ 200 milhões foram aplicados em pesquisa e desenvolvimento. O presidente afirmou que a operação brasileira é a que mais tem recebido investimentos da matriz.
Com a aprovação do Mover, Programa de Mobilidade Verde e Inovação, Galvão disse estar confiante para o futuro, uma vez que os incentivos fiscais oferecidos pelo governo federal deverão puxar o desenvolvimento local de toda a indústria automotiva. A empresa pretende expandir seu quadro de engenheiros no Brasil para atender todas as demandas esperadas.
A exportação da Advantor também é uma pretensão da Eaton, que acredita ter boas oportunidades em mercados como Ásia e Europa: “Primeiro consolidaremos este produto no Brasil, mas a nossa equipe de negócios internacionais já está avaliando outros mercados onde poderemos avançar”.
Futuro elétrico
A Eaton entende que, no futuro, parte dos veículos comerciais produzidos no Brasil serão elétricos. De olho nisto já estuda a localização da transmissão automática de quatro marchas para atender a esta especificação. Segundo Galvão o produto já está pronto globalmente e a operação local tem todo o conhecimento para produzir por aqui “mas aguarda a chegada do volume que permita a localização”.