São Paulo – Quatro de cada dez proprietários de veículos elétricos nos Estados Unidos pretendem optar por um veículo a combustão em sua próxima compra. Foi o que revelou uma pesquisa da McKinsey divulgada pelo site Automotive News. As dificuldades com o carregamento dos veículos tornam encrencadas a transição no país, de acordo com a consultoria, assim como os custos elevados de propriedade e os problemas em viagens de longa distância.
Globalmente os resultados foram parecidos: 39% dos proprietários de EVs disseram pretender reverter o curso de volta à combustão. Foram ouvidos 30 mil consumidores de quinze países.
“Eu não esperava por isto”, afirmou Philipp Kampshoff, líder do Centro para o Futuro da Mobilidade da McKinsey ao Automotive News. “Pensava que uma vez comprador de EV, sempre comprador de EV.”
A lenta implementação da rede de carregamento para elétricos é uma das justificativas do consultor para a inusitada conclusão da pesquisa. Além de ser criada em passos lentos existe uma dificuldade de visibilidade: postos de gasolina são facilmente identificados em placas nas rodovias mas as estações de carregamento de elétricos não: “Parte da disponibilidade é a visibilidade. Você não pode deixar carregadores escondidos atrás de um Walmart”.
A pesquisa ainda identificou outros pontos, como o fato de que 21% dos entrevistados não pretendem comprar um EV, dos quais um terço dos respondentes se preocupa com o carregamento. Cresceram, também, as preocupações relacionadas à autonomia: os consumidores esperam autonomia mínima de 291 milhas, 468 quilômetros, contra 270 milhas, ou 434 km, da pesquisa anterior.
No geral cresceu também a predisposição do consumidor em adquirir eletrificados nos próximos anos. 38% de proprietários de não-elétricos admitem considerar um híbrido plug-in ou um BEV em sua próxima aquisição, 1 ponto porcentual acima da última pesquisa. Para a McKinsey o resultado indica que as montadoras e fornecedores precisam investir em múltiplas tecnologias.