Veículo começará a ser ofertado na Lat.Bus, mas os testes serão realizados a partir de março de 2025 e a produção terá início em setembro
São Bernardo do Campo, SP – A Scania apresentou na segunda-feira, 24, o ônibus elétrico que será produzido na fábrica do ABC Paulista. Dos R$ 2 bilhões em investimentos anunciados até 2028, fatia de R$ 60 milhões será injetada na reconstrução da linha de montagem, que será preparada para realizar testes a partir de março de 2025 e iniciar a produção em setembro do ano que vem.
Com preços que devem girar em torno de R$ 2 milhões, R$ 1,3 milhão acima do similar a diesel, o K230E B4x2LB poderá ser encarroçado por Marcopolo, Caio, Camil ou Mascarello.
Segundo o diretor de vendas de soluções da Scania Operações Comerciais Brasil, Alex Nucci, as vendas do ônibus elétrico serão iniciadas durante a Lat.Bus, de 6 a 8 de agosto no São Paulo Expo. Até o fim de 2025 é esperada a comercialização de cinquenta unidades.
O veículo movido a bateria NMC, níquel manganês cobalto, fornecida pela Northvolt, oferece autonomia de 250 a 300 quilômetros em condições severas, com ar-condicionado ligado e topografia íngreme. “Este material possui densidade de energia maior e, portanto, é mais leve, o que permite a maior autonomia.”
Com opções de 12 a 14 metros a capacidade de transporte é, em média, de oitenta passageiros, na configuração de piso baixo ou normal. O Scania Banco estenderá sua linha de financiamento via funding verde para veículos a gás aos elétricos, e em vez de taxa de 1,10% a 1,15% ao mês será aplicada 0,79%.
Brasil será terceiro país a fabricar elétricos
A fábrica brasileira será a terceira da Scania no mundo a produzir ônibus elétricos, depois de Suécia e Polônia, contou o vice-presidente de vendas e marketing da Scania na América Latina, Paulo Moraes: “É a mesma tecnologia que fabricamos nestes países. Graças ao sistema modular o chassi feito em São Bernardo será igual ao produzido na Europa”.
A capacidade de fabricação da unidade do ABC Paulista, instalada em 2 mil 870 mil m2, é de 4,1 mil unidades, o que corresponde a dezoito por dia. Atualmente saem da linha de produção em que trabalham noventa pessoas, das quais 15% mulheres, onze por dia. Com a introdução dos elétricos o plano é que sejam agregados três, totalizando catorze chassis de ônibus diários.
Sobre a bateria Marcelo Gallao, diretor de desenvolvimento de negócios da Scania Operações Comerciais Brasil, contou que foram necessários anos de espera e desenvolvimento: “A bateria é o componente mais pesado do ônibus. Se em 2020 tivéssemos em uma bateria com mais energia e menos peso daríamos aos clientes autonomia maior e capacidade de carregar mais passageiros”.
O tempo de recarga é de 150 a 170 minutos. A produção dessas baterias, realizada no norte da Suécia, emitem 70% a menos de CO2, conforme Gallao. Por isso ela é chamada de bateria verde e se demonstra opção mais interessante que a de lítio.
Caminhões elétricos podem ser o próximo passo
Sobre o restante do investimento Nucci afirmou que serão aportados em melhorias na fábrica, em todo o parque industrial. Perguntado se o aporte inclui caminhões elétricos, o diretor disse que isso ainda não está previsto, mas que na Fenatran, realizada em novembro, a Scania levará novidades sobre o assunto.
Hoje apenas dois caminhões a bateria da marca foram importados e comercializados para a PepsiCo.