CO2 Tracking rastreia as emissões dos veículos, de todo tipo de combustível, e envia os dados para plataforma conectada
São Paulo – Foi a engenharia da Bosch no Brasil que desenvolveu o CO2 Tracking, tecnologia que permite o rastramento em tempo real das emissões de um veículo, além de compará-las por combustível – gasolina, diesel e etanol e pode ser adaptado para combustíveis sintéticos. O desenvolvimento e implementação levou cerca de um ano e o foco inicial será em veículos de frota, começando pelos automóveis e comerciais operados pela própria Bosch, que já estão equipados com o sistema.
Fábio Ferreira, diretor de produtos da divisão de power solutions da Bosch, disse que o projeto faz parte de um dos focos de trabalho da companhia, dedicado a melhorar a experiência de uso dos veículos de frota: “A intenção era criar um sistema que permitisse mapear a emissão de CO2 e realizar comparações, para mostrar como as frotas podem poluir menos quando utilizam etanol, por exemplo”.
O CO2 Tracking também permite que as empresas coletem dados e usem como base para reduzir suas emissões. Toda empresa que mantém uma frota e que está preocupada com a emissão de CO2 dos seus veículos é um cliente em potencial, segundo Ferreira. Os dados podem ser utilizados para ajudar a reduzir a pegada de carbono, algo que está no planejamento estratégico de diversas companhias, com metas para serem alcançadas nos próximos anos.
Segundo Ferreira muitas conversas já estão em andamento e os dados dos veículos da Bosch mostram que apenas trocando a gasolina pelo etanol se chega a uma redução de 62% no volume de CO2 emitido.
A partir de um pequeno hardware conectado na porta OBD dos veículos a Bosch consegue coletar os dados de emissão, que vão para a nuvem e são atualizados em poucos segundos. As empresas que adotarem a tecnologia poderão acompanhar a quantidade de CO2 emitida pela sua frota a partir de uma plataforma que permite o acesso via smartphone e computadores. O investimento é a mensalidade e o custo para instalar o equipamento nos veículos, valor que é considerado baixo pelo executivo.
A tecnologia agradou a matriz da Bosch e poderá ser exportada a partir do Brasil no futuro, pois emitir menos CO2 é um interesse de todos: “Com o mundo todo buscando reduzir as emissões nosso sistema pode ser usado em outras regiões, como a Índia, que também aposta no etanol, e a Europa, que aposta em veículos pesados movidos a combustíveis sintéticos. Já testamos o CO2 Tracking até em veículos elétricos para rastrear a pegada de carbono da fonte de energia que é usada”.
O CO2 Tracking também poderá ser comercializado para montadoras: o Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, prevê o rastreamento de CO2 dos veículos, sendo obrigatório no futuro, aguardando ainda a regulamentação. Além disso a tecnologia pode agradar os compradores de veículos que possuem consciência ambiental e querem saber quanto o seu veículo está emitindo.