São Paulo – A Honda Automóveis em novembro celebra dez anos de operação do seu parque eólico em Xangri-lá, RS, que abastece de energia limpa as fábricas paulistas de Sumaré e de Itirapina e seu escritório em São Paulo. Como a produção ainda não é totalmente livre de emissões de CO2, por causa do gás natural usado nas cabines de pintura, a empresa traçou um plano e pretende trocar a fonte de energia pelo biogás nos próximos anos.
Otávio Mizikami, presidente da Honda Energy e vice-presidente industrial da Honda Automóveis, que participou do segundo dia do Seminário Brasil Elétrico 2024, realizado por AutoData, afirmou que a empresa já estuda a adoção do biogás para aquecer as cabines de pintura: “Temos estudos em andamento para substituir o gás natural pelo biogás. É uma troca que acontecerá nos próximos anos e, com isso, teremos uma produção que praticamente não emite CO2”.
Perguntado sobre a neutralidade de CO2 da sua cadeia de fornecimento Mizikami disse que a Honda ainda não exige que os fornecedores usem energia limpa na produção dos componentes, mas incentiva e oferece todo o suporte necessário para que realizem esta mudança, ficando a cargo de cada empresa tomar a sua decisão. Grandes companhias já realizaram estudos nesse sentido e avaliam internamente as mudanças, sendo que algumas já usam energia limpa, mas os fornecedores menores têm mais dificuldade.
Com seu parque eólico a Honda já produziu mais de 1 milhão de veículos utilizando energia 100% limpa e gerada pela própria empresa. O Brasil é o único País em que a Honda opera que, além de só usar energia de fonte renovável, ainda é autoprodutor. Segundo Mizikami a energia atualmente gerada pela Honda é suficiente para produzir cerca de 150 mil automóveis por ano, mas a empresa não tem consumido tudo porque o mercado não está demandando:
“O que sobra de energia nós vendemos no mercado, mas esse não é o foco principal dos nossos negócios. Em um exemplo: se produzirmos 120 mil veículos no ano ainda sobra 10% do total de energia elétrica gerada em Xangri-lá, que acaba sendo vendida”.
Nos dez anos de operação o parque eólico da Honda também contribuiu para que a montadora deixasse de emitir 48 mil toneladas de CO2.