São Paulo – Os planos próximos da Volkswagen na Alemanha incluem o fechamento de três fábricas e a demissão de milhares de funcionários, bem como a redução do efetivo nas demais plantas que mantém no país, afirmou a chefe do conselho de trabalhadores da empresa, Daniela Cavallo, à agência de notícias Reuters:
“A direção está falando muito sério a respeito disto. Não é barulho durante a rodada de negociação”, disse ela aos trabalhadores. “Este é o plano do maior grupo industrial da Alemanha para começar a liquidação em seu país de origem”.
Quais serão as unidades e quantos dos cerca de 300 mil trabalhadores serão afetados não foram especificadas. Segundo Cavallo tanto a direção como os trabalhadores concordam a respeito dos problemas a serem enfrentados mas “estão quilômetros de distância a respeito de como responder a eles”.
A direção e os trabalhadores da Volkswagen estão em queda de braço diante da situação financeira da principal marca do Grupo VW, que enfrenta pressão diante do aumento dos custos de energia e trabalhistas, da competição asiática, do enfraquecimento da demanda na Europa e na China e da transição para a eletrificação que tem dado passos mais lentos do que o esperado.
Propostas serão apresentadas aos trabalhadores na quarta-feira, 30, quando uma reunião da direção com os líderes trabalhistas está agendada após a divulgação dos resultados financeiros do terceiro trimestre. Segundo o CEO Thomas Schaefer as fábricas alemãs estão com custos de 25% a 50% acima do planejado.
Trabalhadores interromperam a produção na segunda-feira, 28, em onze unidades produtivas da Volkswagen na Alemanha em protesto contra os planos de redução de custos que, segundo a publicação alemã Handelsblatt, incluem corte de 10% e congelamento de dois anos sobre os salários.