São Paulo – Uma das pioneiras na tecnologia híbrida, com o Prius, a Toyota optou por retardar a complementação da transição para a eletrificação, em sentido oposto às suas principais concorrentes que, agora, após elevados investimentos se vêem diante de mudanças de planos e falta de demanda pelos 100% elétricos na Europa e Estados Unidos. A montadora planejou e estruturou um arrojado plano, divulgado no início do mês pelo CFO Yoichi Miyazaki: o Area 35.
Em cinco anos a companhia planeja estar pronta para entregar 3,5 milhões de veículos elétricos aos consumidores, sem investir em novas fábricas ou alocar grande quantidade de dinheiro: a ideia é otimizar os espaços atuais e ter flexibilidade para entregar elétricos ou térmicos, o que a demanda exigir.
Segundo o portal Automotive News o plano consiste em diminuir a complexidade dos veículos produzidos, focando naqueles de maior demanda, e reduzir o número de peças em 35%, em todas as suas operações globais. Como? Desenvolvendo plataformas modulares que compartilhem as peças.
Nas plataformas da Toyota serão três grandes módulos, dianteiro, central e traseiro, com amplo compartilhamento de peças. Desta forma se reduz os estoques das fábricas e abre-se espaço para a produção de mais modelos, sem precisar expandir fisicamente as áreas de produção. Com sinal de rádio os veículos trafegarão de forma autônoma pelas fábricas e o máximo de automação será aplicado nas linhas.
Uma destas plataformas deverá estrear em 2026, com modelos Lexus, e produzirá a metade dos 3,5 milhões que a Toyota espera ser sua demanda em 2030. Os custos de desenvolvimento, com a aplicação de tecnologias digitais, recuaram 25%, bem como os prazos. E os lucros, calcula a Toyota, subirão 3,5%.