São Paulo — Os cerca de 550 trabalhadores da Eaton em São José dos Campos, SP, onde são produzidas válvulas para motores, decretaram greve por causa da divergência de valores em torno da segunda parcela da PLR, participação nos lucros e resultados, variável conforme o cumprimento da meta de produção. O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região alegou que acordo assinado com a empresa em 2024 previa R$ 1,2 mil. A Eaton, porém, justificou que o que havia sido projetado não foi alcançado, e foram pagos R$ 160.
Os operários cruzaram os braços na sexta-feira, 24, inicialmente por 24 horas, mas, diante da ausência de acordo ao longo do dia, e após a realização de duas assembleias, a paralisação foi estendida para o expediente de sábado, 25. Na segunda-feira, 27, os metalúrgicos se reunirão novamente com o sindicato a fim de definir os novos rumos da ação.
O presidente da entidade, Weller Gonçalves, apontou que a meta em questão refere-se à sucata, conhecida também como peça morta, com defeito. Sem pormenorizar os números reclamou de falta de transparência por parte da empresa.
Outra crítica foi realizada com relação ao valor total da gratificação, R$ 5,7 mil, considerado o menor da região. Como base de comparação são considerados os números da Parker, em que a participação nos lucros e resultados foi de R$ 10,8 mil, e da TI Automotive, de R$ 9,5 mil.
A Eaton afirmou, em nota, que “todas as metas são amplamente divulgadas e acompanhadas por todos os colaboradores mensalmente”. Quanto à paralisação das operações disse que “respeita o direito de manifestação conduzida por organizações sindicais de forma pacífica e em conformidade com a lei”.
Os operários também pleiteam o pagamento de vale-alimentação: as refeições são feitas na própria empresa, no refeitório. Em junho do ano passado, de acordo com o sindicalista, a Eaton havia se comprometido a negociar, o que não ocorreu.
Gonçalves afirmou que a Eaton produz de 75 mil a 80 mil válvulas por dia em São José dos Campos.