São Paulo – As concessionárias Volvo no México receberão a partir de abril caminhões produzidos na fábrica de Curitiba, PR. O país da América do Norte entrou na rota de exportação da operação da América Latina, sediada na Capital paranaense, que fornecerá modelos de cabine avançada, cuja regulamentação se deu recentemente por lá.
Até agora a operação mexicana da Volvo era abastecida por modelos produzidos especialmente nos Estados Unidos, os bicudos de cabine convencional. “A procura por modelos de cabine avançada vem crescendo por lá”, disse Wilson Lirmann, presidente do Grupo Volvo para a América Latina. “E a tendência é seguir crescendo ainda mais. É um mercado de 40 mil unidades por ano, o segundo maior da região, atrás só do Brasil”.
As exportações brasileiras de caminhões para o México são beneficiadas com tarifa zero pelo acordo comercial bilateral, o que contribuiu para a decisão. Segundo o presidente não é esperado volume grande neste primeiro ano de operação, quando a prioridade será organizar e preparar a rede e a equipe local.
Os modelos de cabine convencional vendidos no mercado mexicano seguirão sendo produzidos nos Estados Unidos e, também, no México, onde está sendo construída uma nova fábrica. “Mas ela produzirá apenas cabines convencionais, com foco para atender os Estados Unidos e o Canadá. Cabine avançada seguirá saindo do Brasil”.
Outros mercados
Do volume produzido em Curitiba no ano passado, em torno de 27 mil unidades, 86% ficou no mercado brasileiro e os 14% restantes foram exportados. Argentina, Chile e Peru foram os principais destinos.
Segundo Lirmann a expectativa é de crescimento nos envios para a Argentina em 2025: “O volume foi modesto mas devemos pelo menos dobrar neste ano. A Argentina fez sua lição de casa e agora o mercado está voltando a crescer. Nossa intenção é ganhar mercado lá, seguir crescendo no Chile e manter a liderança no Peru”.
Quem controla o abastecimento dos mercados latinos é a operação brasileira. Lirmann disse que mais de 90% dos caminhões Volvo que chegam a estes países são produzidos no Paraná. “Ocasionalmente importamos da Europa quando estamos com a capacidade ocupada, ou com desabastecimento de algum componente. Mas no geral o Brasil é o responsável por abastecer a região”.
Mais investimentos
O ciclo de investimento de R$ 1,5 bilhão da Volvo, anunciado em 2023, se encerra neste ano. Lirmann disse que já há conversas com a matriz a respeito do novo programa, ainda sem definição de valor.
“Nossa visão no Brasil é de longo prazo. É o segundo maior mercado de caminhões e o maior de ônibus para a Volvo no mundo. Estamos conversando sobre o aporte que poderá ser definido até o ano que vem”.