Parcelas continuam cabendo no bolso do consumidor, segundo presidente da Fenabrave, Arcélio Júnior
São Paulo – Ainda não surtiu efeito nas vendas de veículos a trajetória ascendente da taxa Selic, que alcançou 14,25% ao ano e tem feito subir os juros para aquisição de veículos. Segundo o presidente da Fenabrave, Arcélio Júnior, as parcelas ainda estão cabendo no bolso do consumidor – o que é, na visão da entidade, o principal motor para o mercado.
“As aprovações de fichas estão na faixa dos 65%”, disse o presidente na apresentação dos resultados de março e do trimestre, na quinta-feira, 3. “A inadimplência segue caindo e, embora os juros estejam elevados, as recentes notícias a respeito do avanço do Marco das Garantias indicam que o spread deverá reduzir, o que é uma boa notícia para o setor.”
Arcélio Júnior citou ainda as inúmeras promoções que estão sendo feitas nas concessionárias, que têm atraído o consumidor às lojas e ajudam a manter as parcelas do tamanho do bolso do brasileiro. Tereza Fernandes, da TF Consultoria, sinalizou, porém, que o cenário poderá mudar a partir do segundo semestre, porque a tendência é que a taxa básica de juros continue subindo porque ainda não há controle da inflação.
As vendas de veículos leves somaram 517,7 mil unidades no primeiro trimestre, avanço de 7,1% sobre o mesmo período de 2024. Em março foram 184,1 mil emplacamentos, aumento de 4,6% na comparação anual e de 5,9% na mensal.
O mercado de caminhões registrou 27,1 mil veículos emplacados até março, em alta de 4,8%. Em março as vendas somaram 9,2 mil unidades, recuo de 5% com relação a março de 2024 e alta de 5,1% sobre fevereiro.
Em ônibus o crescimento do trimestre foi de 27,8%, somando 6,8 mil unidades. No mês passado os licenciamentos alcançaram 2,2 mil veículos, avanço de 9% sobre igual mês do ano passado e queda de 6,1% com relação a fevereiro.
A Fenabrave não mexeu nas suas projeções para o ano, que indicam crescimento de 5% nas vendas de veículos: 5% leves, 4,5% caminhões e 6% ônibus. A única mudança foi no segmento de implementos rodoviários, que após o início de ano em queda teve sua expectativa alterada para empate com o ano passado, em vez de crescimento de 5%.