Além de desenvolver eixos agrícolas para o mundo todo, equipe de profissionais auxilia na criação de outras unidades do grupo
São Paulo – O número, à primeira vista, é pequeno. São dezoito profissionais que compõem a engenharia do centro de competência da ZF em Sorocaba, SP, que desde 2018 sustenta o título de único local do grupo, no mundo, que desenvolve eixos agrícolas. Seus feitos, no entanto, extrapolam as fronteiras brasileiras e do agronegócio, uma vez que contribuem para a criação de soluções produzidas em outras unidades do grupo, como Alemanha, Bélgica, China e Índia, e para outros setores.
É o caso da energia eólica, contou à Agência AutoData o gerente de desenvolvimento de negócios da ZF América do Sul, Juliano Alquati. Embora itens deste segmento não sejam fabricados por aqui houve participação de engenheiros brasileiros, por exemplo, no desenvolvimento da linha de componentes que multiplicam a velocidade da geração de eletricidade a partir do vento na Índia e na Bélgica. E são produtos também utilizados no País, pois, segundo o executivo, uma em cada quatro turbinas eólicas possuem transmissões da marca.
A fábrica do Interior paulista, que abriga o centro de competência, completou este ano quatro décadas de operação e de lá já saíram 700 mil eixos agrícolas e de construção. Agora, o novo produto criado por esta equipe de forma proativa, ou seja, sem ter sido encomendado por algum cliente, o eixo TSA Narrow, está sendo apresentado a fabricantes de máquinas agrícolas durante a trigésima Agrishow, principal palco de lançamentos do setor de agronegócio da América Latina, realizada em Ribeirão Preto, SP.
“A grande vantagem do desenvolvimento local é a proximidade com as montadoras e a maior flexibilidade para se adequar às novas necessidades”, avaliou Alquati. Em Sorocaba em torno de 70% da produção possui conteúdo nacional, e a tendência, de acordo com o executivo, é ampliar este porcentual a depender das questões de competitividade.
Embora a maior parte da produção seja dedicada ao mercado nacional uma pequena parcela é embarcada para a Argentina, mas há planos de ampliar o volume endereçado ao país vizinho e de iniciar exportações ao México.
Eixo TSA Narrow, que pode ser usado em tratores leves dedicados às culturas de laranja e café, exposto na Agrishow. Foto: Divulgação/ZF
Sem realizar projeções acerca do novo item do portfólio o gerente contou que em 2022 foi alcançada a capacidade de produção de 42 mil eixos, volume que pode ser ampliado conforme a demanda, afirmou, sem pormenores.
“Temos bastante capacidade para expandir a quantidade fabricada. A linha opera em três turnos e é bastante flexível, pode produzir tanto eixos dianteiros para máquinas agrícolas e tratores leves, como o TSA Narrow, como eixos dianteiros e traseiros pesados, para máquinas de construção, como retroescavadeiras.”
Quanto às expectativas para este mercado Alquati estimou que o ramo de tratores leves poderá crescer até dois dígitos em 2025, uma vez que as culturas às quais o veículo é dedicado, como laranja e café, estão com preços atrativos no mercado internacional:
“Agora executaremos trabalho de curto prazo para refinar o design com as montadoras. Mas a vantagem é que este eixo aplica-se a trator multiuso, menor, mas mais robusto, e que pode ser usado para distintas finalidades, como aragem, pulverização e transbordo”.
No ano passado os investimentos em pesquisa e desenvolvimento realizados pela ZF em todas as unidades de negócios na América do Sul somaram R$ 179 milhões. E as vendas na região, no mesmo período, totalizaram R$ 7,6 bilhões. Expectativas para este ano não foram traçadas.