Indicados são Hyundai, Stellantis e VW Caminhões e Ônibus
HB20 brilha na Argentina
Produzido em Piracicaba (SP) desde setembro de 2012, o Hyundai HB20 tornou-se rapidamente um dos veículos mais vendidos do Brasil. No final de 2024, enfim cruzou a fronteira com a Argentina, impulsionado pela abertura econômica do país. Prontamente, atraiu a atenção dos consumidores, repetindo o sucesso identificado em outros destinos de exportação, como Uruguai, Paraguai, Colômbia e México.
A versão hatch, com motor 1.6 aspirado de 123 cv e câmbio manual ou automático, foi a primeira a ser exportada. Em março deste ano, o HB20S (sedã) passou a ser enviado nas versões Comfort, com câmbio manual, e Platinum Safety, topo de linha, com transmissão automática de seis marchas.
Exportar os modelos HB20, HB20S e o SUV Creta para a Argentina representa um desafio logístico, já que a Hyundai não conta com unidades fabris no país vizinho. Mas é justamente a chegada ao mercado argentino que reforça a estratégia da marca de internacionalização da produção nacional, com apoio de fornecedores locais e confirmando o Brasil como sua base exportadora na América do Sul.
Como prova da rápida aceitação junto aos consumidores locais, o HB20 foi um dos vencedores do prêmio “Carro Mais Seguro”, que considerou preço e segurança para eleger os modelos de destaque. O HB20, em seu primeiro ano à venda, estreou na premiação como o melhor na categoria “Carros”, que inclui todas as opções de hatch e sedã disponíveis no país.
O êxito da exportação do HB20 para a Argentina evidencia a capacidade da indústria automotiva brasileira de se adaptar com agilidade a diferentes mercados, gerando vendas e reconhecimento internacional. Mais que um sucesso comercial, representa a valorização da indústria nacional e a imagem do Brasil como referência automotiva na América Latina. O destaque do modelo no país vizinho é resultado do trabalho conjunto de profissionais da Hyundai e de seus fornecedores, evidenciando a excelência da produção brasileira e impulsionando sua expansão regional.
Com o aumento da demanda internacional, em um mercado estratégico como o argentino, abre-se espaço para a ampliação de contratos, diversificação de produtos e maior estabilidade na produção. Essa internacionalização fortalece toda a cadeia de suprimentos nacional, promovendo inovação, competitividade e geração de valor para todos os parceiros envolvidos.
Stellantis bate recorde de exportações
A Stellantis reforçou sua estratégia industrial na América do Sul com avanços significativos em todas as frentes. As exportações da empresa registraram forte crescimento no primeiro semestre de 2025. Entre janeiro e junho, foram embarcados 87.732 veículos, um aumento de 93% em relação às 45.414 unidades exportadas no mesmo período de 2024.
O Polo Automotivo de Porto Real apresentou o maior crescimento percentual, com 15.719 veículos exportados, alta de 122% sobre o ano anterior. O resultado evidencia a relevância da gama de produtos Citroën produzidos na unidade do Rio de Janeiro. Já o Polo Automotivo de Betim liderou em volume absoluto, com 43.357 unidades embarcadas e crescimento de 107% em comparação a 2024. Em Pernambuco, o Polo Automotivo de Goiana também registrou desempenho positivo, com 28.656 veículos exportados no semestre, avanço de 65% em relação ao mesmo período do ano passado.
“O crescimento das exportações da Stellantis no Brasil é resultado de vários fatores, entre eles o aquecimento da demanda na Argentina, um dos nossos principais mercados externos. Além disso, o sucesso do portfólio das nossas marcas, com produtos amplamente reconhecidos e valorizados pelos clientes em toda a América Latina, como a Fiat Strada, o Jeep Compass e o Citroën Aircross, tem sido fundamentais para esse desempenho”, afirma Matias Merino, vice-presidente de Supply Chain para a América do Sul.
A Fiat Strada foi um dos principais destaques do período, tornando-se o veículo mais exportado pela companhia. Foram embarcadas 20.180 unidades para outros países, crescimento expressivo de 118% em relação ao mesmo semestre de 2024.
Paralelamente, a Stellantis iniciou a transformação de sua unidade em Córdoba, Argentina, em um hub de produção de picapes para exportação, com a transferência da fabricação da Fiat Titano da planta uruguaia da Nordex. A Titano é o primeiro modelo de uma nova família a ser montada na fábrica, como parte de um investimento de R$ 2 bilhões previsto até 2030. Com essa iniciativa, a Stellantis amplia a integração produtiva regional, melhora a eficiência logística e se consolida como protagonista nas exportações de veículos na América do Sul, unindo escala, diversidade de portfólio e visão estratégica de longo prazo.
Recorde de SKD
A internacionalização da Volkswagen Caminhões e Ônibus está ganhando tração. Entre o final de 2024 e o início de 2025, a VWCO registrou dois marcos importantes: o recorde de exportação de kits SKD (nome utilizado quando diferentes partes de um veículo são embarcadas para sua montagem final em fábricas de outros países), com 2.430 unidades embarcadas para mercados estratégicos, e a expressiva marca de 40 mil chassis Volksbus exportados — conquistas que consolidam sua presença global e reafirmam a força da engenharia brasileira.
O modelo de exportação em kits SKD, aliado a uma rede com pontos de atendimento em todo o mundo, permite superar barreiras logísticas e fortalecer o pós-venda — fatores que contribuíram para a liderança da marca em países como Peru e Costa Rica, além do fornecimento de 2 mil ônibus a Angola entre 2017 e 2024. Mais do que números, a VWCO demonstra protagonismo ao oferecer soluções acessíveis, robustas e sob medida para cada mercado.
A entrada em operação da linha de montagem na Argentina, somada às fábricas no Brasil e no México, além das parcerias comerciais na África do Sul e nas Filipinas, evidencia a maturidade da estratégia de internacionalização da VWCO. A empresa se destaca pela capacidade de adaptar seus produtos às exigências regionais, respeitando legislações, topografias e necessidades locais com flexibilidade e excelência técnica.
“Como reflexo de nossa estratégia internacional, temos superado ano a ano os nossos resultados. O Brasil continua a ser nosso maior mercado consumidor e, portanto, produtor, mas temos diversificado esse posicionamento. Especialmente em 2024, o início de nossa montagem na Argentina foi crucial, a demanda no país está forte e temos ganhado ritmo”, afirma Adilson Dezoto, vice-presidente de Produção e Logística da empresa.
Hoje, além da Argentina, a VWCO está habilitada para enviar kits SKD para montagem em sua fábrica no México e também em suas operações parceiras na África do Sul e nas Filipinas, de acordo com a demanda de cada mercado. Para essa ampliação das operações, a empresa aposta em novos conceitos e muita capacitação de seu time de forma a garantir o atendimento aos volumes maiores.