Renault começa a abastecer a rede com o Boreal

São Paulo – A Renault iniciou o abastecimento da sua rede de concessionárias com o Boreal, SUV médio que já está em pré-venda no mercado. Quem fizer a reserva durante a pré-venda garante o preço de lançamento, que começa em R$ 180 mil na versão de entrada, pagando sinal de R$ 1 mil que será descontado do valor final.

As primeiras unidades serão entregues no mesmo dia da abertura do Salão do Automóvel, em 21 de novembro.

Além da versão de entrada o Boreal, que é produzido na fábrica de São José dos Pinhais, PR, tem mais duas configurações, a Techno e a Iconic, intermediária e topo de linha, que custam R$ 200 mil e R$ 215 mil, respectivamente.

O SUV tem motor 1.3 turbo de até 163 cv de potência quando abastecido com etanol e câmbio automático de EDC de dupla embreagem úmida.

Bruno Pinelli é o novo diretor de vendas da Volvo Cars

São Paulo – A Volvo Cars anunciou Bruno Pinelli como seu novo diretor de vendas no Brasil. O executivo chegou à empresa ano passado, como gerente de vendas e em pouco tempo foi promovido.

Pinelli, que possui mais de vinte anos de experiência, trabalhou por onze anos na Peugeot e, depois, passou por grandes empresas do segmento de duas rodas, como Harley-Davidson e a indiana Bajaj.

Mercado peruano cresce 20% até setembro

São Paulo – O mercado do Peru segue em busca do seu novo recorde de vendas em 2025. De janeiro a setembro acumulou alta de 19,8% sobre iguais meses do ano passado, com 135,4 mil veículos leves, de acordo com dados divulgados pela AAP, Associação Automotiva do Peru. No período a entidade ressaltou o bom desempenho do segmento de SUVs, que assim como no Brasil é o que representa a maior parte das vendas, com 69,1 mil unidades vendidas.

Em setembro foram comercializados 15,5 mil veículos leves, volume 14% superior ao de igual mês do ano passado, enquanto na comparação com agosto houve queda de 4,3%.

As vendas de caminhões atingiram o maior volume mensal da história do mercado peruano em setembro, de acordo com a AAP, somando 2,1 mil, crescimento de 52,8% na comparação com idêntico mês do ano passado. Com relação a agosto houve aumento de 23,5%. No acumulado do ano o segmento cresceu 31,7%, com 15 mil caminhões vendidos, avanço que foi puxado pelos investimentos nas áreas de construção civil e de mineração.

No segmento de ônibus foram comercializadas 379 unidades em setembro, 35,4% a mais do que no mesmo mês do ano passado e 31,1% a mais do que em agosto. No acumulado do ano as vendas de ônibus chegaram a 2,8 mil unidades, expansão de 35,8% sobre iguais meses de 2024.

Mercedes-Benz fecha venda de R$ 40 milhões para a Constroeste

São Paulo – A Mercedes-Benz, por meio do seu concessionário Rodobens instalado em São José do Rio Preto, SP, concluiu a venda de 114 caminhões para a Constroeste, empresa de limpeza urbana. A negociação ficou em cerca de R$ 40 milhões, a maior já fechada pela concessionária para um único cliente.

O lote negociado envolve diversas configurações do caminhão semipesado Atego e do leve Accelo e todas as unidades já foram entregues.

Volkswagen diz não ter estoque de chips por muito tempo

São Bernardo do Campo, SP – “Não por muito tempo.” Foi esta a resposta de Alexander Seitz, chairman da Volkswagen América do Sul, a perguntas de jornalistas a respeito do estoque de chips disponível nos fornecedores da companhia para abastecer sua produção local. O executivo evitou eleger um prazo mas deu a entender que seria menos do que as duas semanas que a Anfavea vem dizendo.

Seitz reforça a força-tarefa da indústria automotiva nacional junto ao governo brasileiro e à embaixada da China para tentar retirar o Brasil do embargo aplicado pelo governo à Nexperia, em resposta à intervenção da Holanda na fabricante de chips. Um acordo dos países, disse ele, seria a solução do problema:

“Estamos com problemas como todas as montadoras locais”, afirmou o executivo. “Ainda não afetou a produção, mas afetará. Ontem [quinta-feira, 30] fui pessoalmente à embaixada da China para relatar a situação, como o [vice-presidente Geraldo] Alckmin fez, como a Anfavea fez. Fui como Volkswagen. Como trabalhei por cinco anos em Xangai, conversei também com nossos colegas da SAIC de lá para nos ajudar no contato com o governo local. Estamos fazendo de tudo para evitar paradas”.

Embora esteja presente em diversos sistemas dos carros da Volkswagen a montadora não compra diretamente o chip da Nexperia: “A Holanda faz o wafer [componente onde são aplicados os microprocessadores], ele vai para a Nexperia na China e de lá para os fornecedores, por exemplo a Bosch, que o coloca nos ECU [unidade de controle eletrônico]. E esta ECU vem para a Volkswagen. É uma cadeia complexa que, quando tem uma parada no caminho, gera um problema”.

O chairman da Volkswagen América do Sul reforçou o fato de que não se trata de tecnologia avançada, mas que sua troca seria complicada: “A produção está concentrada na Ásia. Temos que pensar na produção destes componentes no Brasil para evitar novos problemas no futuro”.

O fato de o Brasil integrar os Brics com a China é considerado positivo por Seitz, que ressaltou a intenção dos semicondutores ficarem nas operações sul-americanas e, como considera o presidente da Anfavea, Igor Calvet, descartando eventuais triangulações para operações europeias. Este fator, acredita, pode ajudar na negociação com os chineses.

Marcopolo eleva receita líquida do terceiro trimestre em 8,2%

São Paulo – A Marcopolo expandiu sua receita líquida do terceiro trimestre em 8,2%, em comparação ao mesmo período do ano passado, totalizando R$ 2,5 bilhões. O resultado foi impulsionado pelo desempenho no Exterior, com ampliação de volumes e melhor mix de vendas nas exportações e no conjunto das operações internacionais.

No mesmo período o lucro líquido aumentou 16%, somando R$ 668,7 milhões e, no acumulado dos nove meses do ano, o avanço foi de 11,8% frente ao mesmo período em 2024, para R$ 1,6 bilhão. O EBITDA do terceiro trimestre, R$ 419,8 milhões, obteve margem de 16,8%.

De julho a setembro a Marcopolo produziu 4 mil 127 ônibus, levemente abaixo dos mesmos três meses em 2024, com 4 mil 133 unidades. O volume que saiu das linhas do Brasil recuou 5,1% no período mas, em contrapartida, as operações de fora avançaram 26,2%, com 829 unidades.

Destaque para a Marcopolo Austrália, Volgren, que expandiu sua rentabilidade, mesmo com leve queda no volume, e lançou a família G8 com o modelo Paradiso G8 1300. Além disso a Marcopolo Argentina, Metalsur, manteve bom ritmo de entregas de rodoviários de alto valor agregado.

A Marcopolo África do Sul, MASA, apresentou crescimento de entregas e resultados positivos, com boas perspectivas para o fim de 2025 e 2026 e, a Marcopolo China, MAC sustentou resultado líquido positivo após a sua reestruturação em 2024.

No Brasil a empresa reforçou sua liderança no mercado de carrocerias, elevando a participação para 48,7% no terceiro trimestre, com destaque para o segmento de micro-ônibus, que registrou incremento de 17,3 pontos porcentuais.

A empresa destacou que, de julho a setembro, comercializou 64 carrocerias de elétricos no Brasil. Em 2025 já foram 111 Attivis, contra oito unidades em 2024. A empresa segue atenta às oportunidades em propulsões alternativas, nos programas federais como Caminho da Escola e do Ministério da Saúde, e ao mercado de urbanos pesados.

As exportações devem seguir em alta, com foco nos mercados do Chile, Argentina e Peru. Os investimentos da Marcopolo alcançaram R$ 103,2 milhões e R$ 236,3 milhões, respectivamente, no terceiro trimestre e no acumulado de nove meses.

Todo novo Volkswagen será eletrificado a partir de 2026

São Bernardo do Campo, SP — Todo veículo Volkswagen desenvolvido no Brasil, para o mercado brasileiro, terá uma versão eletrificada. A companhia está trazendo para a fábrica Anchieta a plataforma MQB37, que monta, na Europa, modelos como T-Roc, para fabricar uma nova geração de modelos com tecnologias híbrida leve, fechada e plug-in. Não significa, necessariamente, que não haverá modelos híbridos produzidos a partir da atual, MQB27, que está em todas as fábricas brasileiras. A tendência, inclusive, é que o primeiro híbrido-flex seja produzido nesta plataforma, de um dos modelos da gama atual.

O anúncio foi feito na sexta-feira, 31, em cerimônia que marcou a assinatura de linhas de crédito de R$ 2,3 bilhões com o BNDES, para desenvolvimento desta tecnologia, de sistema ADAS e de conectividade e para exportação. Segundo o presidente Ciro Possobom todas as tecnologias híbridas estarão disponíveis no portfólio da Volkswagen a partir de 2026: leves, fechadas e plug-in.

“Teremos uma solução completa, democratizando a eletrificação e o acesso a tecnologias avançadas de segurança, conectividade e inteligência artificial.”

Os elétricos não fazem, por ora, parte do planejamento de manufatura local da Volkswagen. Alexander Seitz disse que o Brasil difere dos demais mercados: “Aqui temos o flex, ao contrário dos Estados Unidos, Europa e China. Entendemos que os elétricos não são a solução primária para o País”.

Mais tecnologia e exportação 

O investimento integra o plano de R$ 20 bilhões para a América do Sul, que inclui 21 lançamentos — oito já estão nas concessionárias: Novo T-Cross, Nova Amarok, Novo Nivus, Nivus GTS, Tera, Golf GTI, Novo Jetta GLI e Novo Taos.

As linhas do BNDES, que somam R$ 2,3 bilhões,  também contemplam a nacionalização de tecnologias ADAS, consideradas fundamentais pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante: “Eu tenho quatro netos e considero que aprimorar a segurança dos veículos é importantíssimo”.

Segundo a Volkswagen o objetivo é expandir o alcance dos sistemas, chegando a modelos da base do portfólio. O mesmo com a conectividade, que também será contemplada.

Existem também recursos provenientes da linha Exim Pré-Embarque, com o objetivo de impulsionar ainda mais as exportações da Volkswagen, que soma mais de 4,4 milhões de unidades para 147 mercados desde 1970. Em 2025 os embarques, de janeiro a setembro, avançaram 43% sobre o mesmo período do ano passado.

BMW importa versão de entrada do SUV X3

Araquari, SC – A BMW traz ao Brasil a versão M30 Sport, a mais em conta do seu SUV intermediário X3 xDrive, cuja pré-venda já está aberta. Seu preço de R$ 515 mil 950 é mais de R$ 110 mil inferior ao do X3 M50, modelo mais esportivo e potente que está à venda no País desde fevereiro.

O objetivo da BMW é aproveitar o sucesso desse SUV, que já ultrapassou globalmente o volume do sedã Serie 3 vendido este ano. Além disto a versão M50 tem fila de espera no Brasil de três a seis meses, a depender do ritmo de produção, que é feita nos Estados Unidos.

A fábrica brasileira, que já montou mais de 100 mil unidades, tem potencial para receber novamente este modelo. No ano passado foi anunciado um novo ciclo de investimentos de R$ 1,1 bilhão até 2028 para reforçar a engenharia e montar novos produtos. Obviamente a BMW não confirma essa intenção, apesar de afirmar que estuda todas as oportunidades considerando suas fábricas de alta e média capacidade produtiva, como é o caso da unidade brasileira.

O X3 deixou de ser montado no País em 2024, quando esta versão atualizada passou a ser produzida na unidade estadunidense de Spartanburg.

O X3 M30 tem um motor 2.0 com tecnologia híbrida leve e bateria de 48V, com 258 cv e 400 Nm de torque. Comparado ao M50 com motor de 3.0 litros e 398 cv, também utilizando a tecnologia híbrida leve com bateria de 48V, sugere ser um BMW bem mais comportado. Mas rodando mais de 550 quilômetros de Joinville, SC, a São Paulo, SP, o M30 demonstrou um desempenho impecável. Acelera como um legítimo BMW de características esportivas, é eficiente nas ultrapassagens, seguro nas curvas perigosas da rodovia Régis Bittencourt e econômico para um modelo do seu porte. Nesse percurso com serras, curvas e muito trânsito o computador de bordo apontou 10 km/l.

Esta é a nova geração do X3, que tem sua identidade visual atualizada na comparação com o mesmo modelo que já foi nacional.O novo design da grade frontal, que além do contorno iluminado também possui aletas que abrem e fecham automaticamente para resfriar o propulsor térmico, é a principal alteração no visual tradicional e minimalista de praticamente todos os SUVs BMW. Rodas de 20 polegadas têm também um novo desenho

Trata-se de um modelo completo, equipado com toda a tecnologia de ponta como o sistema ADAS de condução, função de estacionamento semiautônomo, uma tela curva de 12,3 polegadas do painel de instrumentos e outra de 14,9 polegadas para o sistema de infoentretenimento. Esta é a versão operacional 9 do sistema que oferece chamada de emergência Inteligente, aviso de manutenção por telemetria, navegação com informação de trânsito em tempo real, portais de notícias, clima e muitos outros aplicativos.

Parte do desenvolvimento desse sistema atualizado foi aprimorado e testado à exaustão pela engenharia da BMW no Brasil.

O interior é bastante agradável e espaçoso, com destaque para a iluminação no console central e nas portas configuráveis, ajustes da intensidade do ar-condicionado individual e posicionado nas portas, para maior conforto, dentre outras soluções mais tradicionais que os modelos premium oferecem aos ocupantes. Os potenciais donos do X3 podem escolher a cor do veículo e as cores dos revestimentos internos de bancos e portas.

Araquari

Atualmente a BMW produz em Araquari os SUVs X1 e X5, este numa versão híbrida plug-in, além do Série 3, o modelo mais vendido no Brasil. São 1 mil funcionários que trabalham na unidade com capacidade de 32 mil unidades/ano e que monta 11 mil unidades/ano.

Veículos leves: incertezas freiam mercado em 2025 e podem refletir em 2026.

Nas expectativas divulgadas de consultores e concessionários o mercado brasileiro de veículos leves deve encerrar 2025 com pouco mais de 2,5 milhões de veículos emplacados, em pífia expansão da ordem de 3% sobre 2024. Mas as perspectivas para 2026 dividem os especialistas: enquanto a S&P Global projeta crescimento de 3,5%, a Bright Consulting estima avanço modesto de 1,2% e a K.Lume prevê retração de até 5,9%. A divergência reflete incertezas sobre crédito, juros, cenário eleitoral e impactos de programas governamentais.

Cássio Pagliarini, da Bright, revisa os ajustes já feitos ao longo deste ano: “Começamos projetando 2 milhões 650 mil. Depois fomos para 2 milhões 550 mil. Com a medida do Carro Sustentável ficamos em 2,6 milhões, mas no segundo trimestre as vendas estavam caindo, e no terceiro trimestre caíram”.

A estimativa mais recente da consultoria para 2025 é de 2 milhões 560 mil unidades, o que resultará em leve crescimento de 2,9% sobre 2024.
A S&P Global Mobility trabalha com 2 milhões 580 mil para o ano, número que se mantém estável há meses, com expectativa de crescimento anual de 3,7%. Fernando Trujillo, consultor sênior da empresa, destaca que o desempenho das exportações salva a produção: “[O mercado da] Argentina teve desempenho muito melhor do que todos esperavam, inclusive a gente. Então tivemos de fazer um reajuste na produção para cima”, agora projetada em 2 milhões 590 mil unidades, volume 8,8% maior que o de 2024. As exportações devem atingir 520 mil unidades, crescimento de 27% em relação ao ano passado, puxado principalmente pelo mercado argentino, responsável por aumento de 110 mil unidades nos embarques com relação ao ano anterior, segundo Trujillo.

A K.Lume Consultoria estima 2 milhões 550 mil emplacamentos para 2025, com crescimento de 4% para carros e queda de 2% para comerciais leves: “O crescimento total [de vendas de veículos leves] deve ser de modestos 2,5% em relação a 2024”, segundo o sócio fundador Milad Kalume Neto.
Enquanto isso a Anfavea mantém suas perspectivas para lá de otimistas para 2025, sustentando projeções feitas em janeiro e revisadas sem modificações pela última vez em julho, estimando o improvável emplacamento de 2 milhões 594 mil veículos leves, alta de 5,6%, e produção de 2 milhões 580 mil unidades, o que resultará em incremento de 8,4%. Já a Fenabrave revisou suas expectativas e baixou de 5% para 3% sua estimativa de avanço nas vendas de automóveis e comerciais leves este ano, com 2 milhões 560 mil unidades.

CARRO SUSTENTÁVEL LIMITADO

Esta reportagem foi publicada na edição 426 da revista AutoData, de Outubro de 2025. Para ler ela completa clique aqui.

Foto: Divulgação/VW

Veículos brasileiros têm a menor pegada de carbono do mundo do berço ao túmulo

São Paulo – Em preparação para a COP 30 a Anfavea encomendou estudo ao BCG, Boston Consulting Group, em que são mensuradas, pela primeira vez, as emissões de CO2 do berço ao túmulo, ou seja, desde a extração de matérias-primas até o descarte de carros, caminhões e ônibus. O resultado: os veículos brasileiros têm a menor pegada de carbono do mundo.

Segundo Masao Ukon, sócio sênior e diretor executivo do BCG, o estudo buscou fazer uma fotografia da pegada de carbono dos veículos produzidos no Brasil, com as diversas tecnologias e em segmentos distintos, para entender todo o ciclo de vida e comparar as emissões com as de unidades fabricadas em outros países – o que contou com o apoio da rede internacional da consultoria.

“A conclusão de que os veículos brasileiros têm a menor pegada de carbono do mundo se dá porque o Brasil desfruta de matriz energética mais verde, essencialmente renovável, em 90%, e uma infraestrutura de biocombustível em amplo uso, seja em veículos leves com etanol puro ou misturado à gasolina, seja com biodiesel misturado ao diesel.”

Além do ensejo da COP 30 a importância do levantamento se dá pelo Programa Mover, Mobilidade Verde e Inovação, que prevê o cálculo da pegada de carbono no ciclo de vida como critério a partir de 2027 para a concessão de incentivos visando à descarbonização da frota brasileira. 

Intitulada Caminhos da Descarbonização: a Pegada de Carbono no Ciclo de Vida do Veículo, a pesquisa foi desenvolvida ao longo deste ano e usou como referência as emissões de veículos leves e pesados equivalentes, rodando no Brasil e nos principais mercados do mundo: União Europeia, Estados Unidos e China.

Um dos comparativos do estudo mostra que um automóvel médio flex abastecido com etanol reduz emissões em 60% frente ao uso de somente gasolina. Considerando a vida útil de 160 mil quilômetros são lançadas 14 toneladas de CO2 equivalente com etanol, e 35,5 ton CO2e com gasolina com 30% de etanol. Na União Europeia este veículo emite 43,5 ton CO2e, nos Estados Unidos 44,2 ton CO2e e, na China, 51 ton CO2e.

“Carros produzidos, com uso e descarte no Brasil, têm a menor emissão de CO2 ao longo da vida”, disse o presidente executivo da Anfavea, Igor Calvet. “Independentemente do combustível que estamos utilizando dentro deste produto, seja etanol, gasolina ou meio a meio.”

Para efeito de comparação, na análise de um automóvel médio 100% elétrico, rodando no Brasil com bateria ocidental, lança 11,2 ton CO2e e, com bateria chinesa, 14,2 ton CO2e. Na União Europeia emite 16,4 ton CO2e, nos Estados Unidos, 21,8 ton CO2e e, na China, 33,5 ton CO2e. 

“Fizemos aqui um comparativo hipotético, uma vez que ainda não são produzidos carros elétricos no Brasil. Mas, caso já fosse produzido e rodasse no País, emitiria menos da metade do chinês rodando por lá.”

Mais: um veículo a gasolina fabricado e rodando no Brasil polui praticamente o mesmo que um a bateria produzido e rodando na China. E um carro a etanol tem lançamento ligeiramente inferior a um 100% elétrico com bateria chinesa em circulação no País.

No caso dos híbridos flex brasileiros movidos a etanol a pegada de carbono é muito menor comparada aos híbridos no Exterior: 11,9 ton CO2e com etanol e 27 ton CO2e com gasolina frente a 32,7 ton CO2e do europeu, 33,6 ton CO2e do estadunidense e 39,2 ton CO2e no chinês.

“Temos uma vantagem competitiva que pode ser melhorada, o que exige esforço de toda a cadeia produtiva brasileira mas, comparativamente ao mundo, estamos melhores, o que é algo a ser destacado em ano de COP 30.”.

Nos pesados Brasil também leva vantagem

Dados do estudo, que se estendem também aos pesados, mostram que os VUCs, caminhões urbanos de carga, com 300 mil km de vida útil, a diesel com 15% de biodiesel, emitem menos do que um caminhão 100% elétrico na China, com 220 ton CO2e do modelo a combustão versus 250 ton CO2e do movido a bateria.

Se o caminhão em questão for abastecido com 100% de biodiesel, com 84 ton CO2e, descarboniza quase que como um elétrico, que emite 76 ton CO2e – o mesmo que um VUC na União Europeia. Na China lança 204 ton CO2e e, se for um elétrico chinês que rode lá, 250 ton CO2e.

“Emite mais que o triplo que o brasileiro rodando por aqui.”

Os ônibus urbanos a diesel são os que menos emitem no mundo, de acordo com o estudo, que considerou vida útil de 700 mil km por causa dos 15% de biodiesel adicionado: são 991 ton CO2e. Na Europa e na China são 7%, com emissões respectivas de 1 mil 147 ton CO2e e 1 mil 218 ton CO2e, mesma quantidade que nos Estados Unidos, sem biodiesel.

De acordo com Masao Ukon “o uso do biocombustível para descarbonizar pesados é essencial”.

Para caminhões que percorrem longas distâncias, considerando o transporte rodoviário, o biometano é alternativa mais limpa, o que, apesar dos entraves para elevar a produção, coloca o Brasil em posição de destaque.