Novo Chevrolet produzido em Gravataí será o Sonic

São Paulo – Chevrolet Sonic será o nome do novo modelo produzido na fábrica de Gravataí, RS, com lançamento programado para 2026. De acordo com o presidente da companhia para a América do Sul, Santiago Chamorro, a unidade passa por transformações para começar a produzir o SUV cupê.

A fábrica instalada no Rio Grande do Sul é considerada estratégica por ser responsável pela produção de modelos de grande volume, como o Onix e o Onix Plus, além de servir como polo exportador para a América Latina.

Stellantis inicia exportação da Ram Rampage para a Europa

São Paulo – A Stellantis iniciou a exportação da Ram Rampage para o mercado europeu. A picape é a primeira Ram desenvolvida e produzida fora da América do Norte, e sai das linhas de produção da fábrica da Stellantis em Goiana, PE.

A chegada da Ram Rampage na Europa marca uma nova fase de expansão global da Stellantis: a marca já produz o seu segundo modelo fora da América do Norte, a Dakota, picape que será lançada em 2026 e sai das linhas de produção da unidade instalada em Córdoba, Argentina.

Jeep Compass soma 600 mil unidades produzidas em Goiana

São Paulo – O Jeep Compass chegou a 600 mil unidades produzidas na fábrica de Goiana, PE, desde outubro de 2016. O SUV foi o segundo Jeep a sair das linhas de produção, após o Renegade.

A segunda geração nacional do modelo é equipada desde a versão de entrada com motor 1.3 turbo de 185 cv de potência e câmbio automático.

De janeiro a outubro o Jeep Compass registrou 48,7 mil unidades emplacadas, o modelo mais vendido da marca no Brasil. No ranking acumulado de automóveis e comerciais leves foi o décimo-terceiro modelo mais vendido.

Tera passa a ser o segundo mais exportado pela Volkswagen

São Paulo – Poucos meses após ser lançado o Volkswagen Tera já assumiu o posto de segundo modelo mais exportado pela montadora a partir do Brasil, somando 22,4 mil unidades embarcadas no acumulado do ano. Ele é enviado a dezoito países da América Latina.

O principal destino do Volkswagen Tera foi a Argentina, que recebeu 9,1 mil unidades, seguida pelo México com 8,9 mil, Chile 1,2 mil e Colômbia 1,1 mil. 

O Tera só ficou atrás do Polo, o veículo mais exportado pela Volkswagen até outubro, com 31,6 mil unidades, registrando alta de 7,1% na comparação com o período de janeiro a outubro de 2024.

No ano a Volkswagen já exportou 108 mil veículos, volume 37,4% maior do que o de iguais meses de 2024.

Maurício Yamamoto assume a Iveco Bus na América Latina

São Paulo – A Iveco Bus anunciou Maurício Yamamoto como o novo responsável pela sua operação na América Latina. Ele soma mais de vinte anos de experiência no setor automotivo, a maior parte na divisão de ônibus do Grupo Daimler em países como Brasil, Japão, Alemanha, México e Colômbia.

Yamamoto é formado em engenharia mecânica pela Escola Politécnica da USP, com MBA na FGV e especialização em tecnologia e inovação pelo MIT. O executivo reportará diretamente a Cláudio Passerini, presidente da unidade de negócio de ônibus do Grupo Iveco.

Brasil e Colômbia concordam em rediscutir acordo automotivo e cotas retornam

São Paulo – As cotas de exportação de 50 mil veículos do Brasil para a Colômbia, que seria extinta na virada do ano por falta de interesse dos colombianos, seguirão em 2026. Os dois países concordaram em estender por doze meses o acordo automotivo que vigorou até setembro, enquanto sentam à mesa para discutir novos termos.

Segundo nota divulgada pelo MDIC os dois presidentes, Luiz Inácio Lula da Silva e Gustavo Petro, haviam acordado em setembro a prorrogação das cotas e a rediscussão do acordo. Porém, ao fim do prazo estabelecido, não houve sinalização do governo colombiano, o que deixou o lado brasileiro desapontado.

Com essa falta de renovação a tarifa de 16,1% voltaria a ser cobrada para todos os carros brasileiros que entrassem no mercado colombiano a partir do ano que vem. Agora, com este novo acordo, voltou a cota de 50 mil unidades.

A Colômbia é o terceiro principal destino das exportações brasileiras. De janeiro a setembro, segundo a Anfavea, foram enviadas 38,5 mil unidades, aumento de 55,2% sobre o mesmo período do ano passado.

Ônibus: após três anos em alta, retração em 2026.

A retomada de produção e vendas registrada nos últimos três anos pelos fabricantes de chassis de ônibus, após mais de uma década de dificuldades, está com os dias contados: ao que tudo indica o ciclo de crescimento deverá ser encerrado em 2026. A estimativa é que no próximo ano sejam vendidos de 21 mil a 22 mil chassis, o que representará queda de 17% a 13% sobre 2025, ano que deverá somar algo em torno de 25 mil unidades.

Se comprovada esta estimativa, externada por executivos dos principais fabricantes, o volume poderá ficar quase empatado ou abaixo de 2024, quando as linhas produziram 22,4 mil unidades. Durante o Fórum AutoData Perspectivas Ônibus, em 19 de setembro, Walter Barbosa, vice-presidente de vendas e marketing de ônibus da Mercedes-Benz, avaliou que já existe um movimento de retração no horizonte.

“Tivemos um sinal de alerta ao vermos queda de 27% dos emplacamentos em agosto, a primeira do ano. Os efeitos da Selic a 15% ao ano, que leva os juros na ponta a taxas de 18% a 20% ao ano, começam a afetar o interesse do operador. O custo é extremamente alto para motivá-lo a renovar a frota”.

No início de outubro a Anfavea divulgou, em seu balanço, a produção de 24 mil unidades no acumulado de nove meses deste ano, volume 13,4% acima do registrado no mesmo período de 2024, e a venda de 17,7 mil chassis no mercado doméstico, avanço de 12,2%. Os emplacamentos de setembro, 1,9 mil unidades, superaram em 13,6% os de agosto, mas ficaram 2,5% abaixo dos registrados no mesmo mês do ano passado.
Apesar do Refrota, programa do Ministério das Cidades que “tem funcionado bem”, avaliou Barbosa, “ele não salva o setor de ônibus: ajuda, mas não resolve”, até porque nem todas as empresas têm acesso e o financiamento subsidiado é exclusivo para a renovação de frotas urbanas, portanto não apoia vendas dos segmentos de fretamento e rodoviário.

Paulo Arabian, diretor comercial de ônibus da Volvo, também espera por cenário de retração no horizonte: “Existe, nitidamente, estoque formado nas montadoras e não há desova no mesmo ritmo. É difícil vir de anos bons e lidar com pressão inflacionária que não é contida pelos juros altos, aumento dos preços dos combustíveis, aumento do ICMS do diesel e gasolina, além da elevação do tíquete médio da carroceria. Isto deteriora a margem de ganhos”.

O executivo pontuou que as dificuldades econômicas tendem a deflagrar demissões nas empresas, o que diminuirá a demanda por ônibus fretados para transporte de trabalhadores até as fábricas. Na Volvo, ele disse, o modelo industrial modular permite ajustes na produção conforme a demanda, além de busca por mercados externos para compensar a possível estagnação do mercado interno.
“Existem outras ferramentas além de férias coletivas”, lembrou Arabian.

Jorge Carrer, diretor de vendas de ônibus da Volkswagen Caminhões e Ônibus, avaliou que ainda existem fatores positivos no horizonte: ele lembrou que 2026 é ano eleitoral, o que pode promover algumas novas encomendas, e que o programa Caminho da Escola deverá contribuir mais uma vez para manter a produção com os ônibus escolares: “A nova licitação do Caminho da Escola deverá refletir na produção já no início do ano que vem”.

EXPORTAÇÕES EM ALTA

Esta reportagem foi publicada na edição 426 da revista AutoData, de Outubro de 2025. Para ler ela completa clique aqui.

Foto: Divulgação/Volare

Volkswagen aposta na eletrificação e produção local para manter competitividade

São Paulo – A resposta da Volkswagen diante da chegada de novos competidores, especialmente vindos da China, ao mercado brasileiro é avançar e não recuar. A empresa resolveu acelerar seus planos de investimento e adotar postura proativa tanto no desenvolvimento de produtos quanto na comunicação com o público, segundo Ciro Possobom, CEO da Volkswagen Brasil, que participou do Congresso AutoData Perspectivas e Tendências 2026.

Esta resposta à nova concorrência passa, essencialmente, pelo fortalecimento da produção local e pela eletrificação da sua linha de veículos. Atualmente mais de 80% das compras da montadora são realizadas localmente, e a empresa pretende manter esta atitude mesmo diante da facilidade atual de importação. A lógica por trás desta decisão é a volatilidade cambial brasileira, que torna qualquer modelo de negócio baseado em importação vulnerável no longo prazo.

“O que eu aprendi como executivo é que tem que ter uma boa base de produção aqui para poder ser sustentável no longo prazo.”

Eletrificação da linha de produtos

A partir de 2026 todo automóvel novo desenvolvido pela Volkswagen no Brasil terá alguma versão eletrificada. Essa é uma mudança nos planos da montadora, que pretende levar tecnologia híbrida para todos os segmentos de mercado.

Ciro Possobom. Fotos: Bruna Nishihata.

Este movimento de eletrificação não se limita a um ou dois modelos específicos. A intenção é que todas as linhas de produtos tenham alternativas eletrificadas, seja com tecnologia híbrida-leve, híbrida completa ou outras configurações. Trata-se de um plano agressivo de investimentos para colocar a Volkswagen na vanguarda da transição energética no mercado brasileiro.

Maior exportadora do Brasil a Volkswagen tem desempenho recorde. A demanda na região está aquecida e o principal limitador atualmente é a capacidade de produção, porque não faltam pedidos. 

Visão realista do mercado brasileiro

Apesar do otimismo com os produtos e investimentos a Volkswagen mantém os pés no chão quanto às perspectivas para a economia brasileira. Possobom não espera um cenário “maravilhoso” para 2026, mas acredita em um crescimento moderado do mercado, de 3% a 4%, impulsionado por uma possível redução dos juros no segundo semestre.

A estratégia atual foca em tornar a empresa mais resiliente a futuras crises, mantendo estoques controlados e evitando expansões precipitadas da produção.

Mesmo com capacidade para produzir mais a Volkswagen prefere aguardar sinais mais claros de recuperação econômica antes de acelerar o ritmo. Esta cautela contrasta com a agressividade no desenvolvimento de produtos e no marketing, mostrando equilíbrio da ambição com o pragmatismo.

Venda de híbridos na Europa supera a de gasolina

São Paulo – À medida que preocupações com acessibilidade, aumento da concorrência de fabricantes chineses e novas iniciativas da União Europeia para fortalecer a produção nacional avançam, o mercado europeu de veículos eletrificados vem ganhando espaço.

Dados de registro de carros novos da Acea, Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis, apontam que os HEV, veículos híbridos-elétricos, tornaram-se a escolha mais popular dos compradores de carros novos na Europa este ano, representando 34,8% do total de emplacamentos e ultrapassando os carros a gasolina, com fatia de 27,2%, pela primeira vez na história.

Os veículos totalmente elétricos vêm logo em seguida, com 27,3%, sinalizando, na análise da plataforma de análise financeira TradingPedia, mudança decisiva em direção à mobilidade eletrificada em todo o continente.

“O panorama automotivo europeu está entrando em uma fase de transformação estrutural. A superação dos híbridos em relação aos veículos a gasolina marca não apenas uma mudança na preferência do consumidor, mas também a consolidação da eletrificação como o novo padrão de mercado”, avaliou Michael Fischer, cientista de dados da TradingPedia.

Destaque para Noruega e Alemanha na transição

A Noruega continua sendo a líder da transição para a eletricidade na Europa, com 107,6 mil veículos elétricos registrados até o momento, o que significa que 96,8% de todos os carros novos agora são totalmente elétricos. 

Os registros de veículos elétricos continuam crescendo fortemente, com aumento de 31,5% em relação ao ano anterior, mesmo com a queda de 14,3% nos registros de híbridos plug-in, e de 66% nos híbridos convencionais.

A Alemanha, maior mercado automotivo da Europa, lidera em volume absoluto de veículos elétricos a bateria, com 382,2 mil unidades, seguida pelo Reino Unido, com 349,4 mil, e França, 216,3 mil. 

De acordo com a TradingPedia, juntos esses três mercados representam mais de um terço de todas as vendas de veículos elétricos a bateria na Europa.

As vendas totais de veículos elétricos, incluídos BEV e PHEV, aumentaram 46,6% na Alemanha e 32,2% no Reino Unido, enquanto a França registrou queda de 8,6%, impulsionada principalmente por forte redução nos registros de híbridos plug-in.

A Itália e a Espanha dominam o mercado europeu de híbridos, com 517,8 mil e 354,7 mil registos, respetivamente, uma vez que os condutores em ambos os países consideram os HEVs uma ponte acessível e prática para a eletrificação. 

“Os híbridos tornaram-se uma força estabilizadora, amortecendo a transição entre os modelos tradicionais a combustão e a eletrificação completa, principalmente em mercados onde a infraestrutura de recarga ou o poder aquisitivo ainda representam limitações”, disse Fischer.

Nos próximos dois anos, segundo Fischer, a coerência das políticas regionais e o investimento em redes de recarga determinarão se a eletrificação da Europa permanecerá fragmentada ou se convergirá para ecossistema unificado de emissão zero.

VW Caminhões e Ônibus acredita em mercado de caminhões maior em 2026

São Paulo – Ricardo Alouche, vice-presidente de marketing, vendas e pós-vendas da Volkswagen Caminhões e Ônibus, disse que em 2026 o mercado de caminhões será maior do que as 110 mil unidades que deverão ser vendidas em 2025, durante o Congresso Perspectivas e Tendências 2026, realizado por AutoData:

“Esse ano o mercado fechará com uma queda de 8% na comparação com 2024, mas houve uma recuperação no segundo semestre sobre o primeiro e este viés de alta é importante para o ano que vem”.

De acordo com Alouche o incremento no ano que vem não será de dois dígitos, mas sim um crescimento estável e sustentável. Existem, contudo, alguns fatores de atenção para o ano que vem: eleições presidenciais que podem afetar o mercado e a Copa do Mundo e feriados que reduzirão treze dias úteis de vendas.

Ricardo Alouche. Fotos: Bruna Nishihata.

Para o ano que vem também é esperada uma redução na taxa Selic, chegando a 12%, mas só no fim do ano.

“Por causa dos juros altos as grandes frotas estão adiando a sua renovação, mas isso pode nos ajudar no futuro, pois está se formando uma demanda reprimida e, quando os juros recuarem, tenho a certeza de que o crescimento será bastante intenso. Isto não acontecerá já em 2026, mas em um futuro breve. Atualmente a idade média da frota das grandes empresas está em torno de 9 anos, sendo que já ficou abaixo de 6 anos”.

Ônibus

Alouche também falou sobre as perspectivas do mercado de ônibus para 2026, outro segmento em que a VWCO está presente. Algumas consultorias falam em recuo de 20% no ano que vem, depois de um 2025 bom, assim como foi 2024, mas ele vê outro cenário:

“Pelo que sinto em conversas com nossos clientes acho que não vai cair tanto assim. As empresas precisam renovar suas frotas para atender aos contratos que têm com prefeituras e deve sair uma nova licitação do programa Caminho da Escola, que trará um volume adicional ao ano”.

A expectativa de Alouche é de um ano parecido com o de caminhões, com um leve crescimento ou estabilidade na comparação com 2025. Sem o programa Caminho da Escola, porém, pode haver um recuo.