Eletra investe R$ 40 milhões em expansão da fábrica e em chassi próprio

São Paulo – Pioneira e líder em vendas de chassis elétricos de ônibus no mercado brasileiro a Eletra investe R$ 40 milhões para a expansão da produção e na criação de uma linha de montagem de chassis em sua fábrica de São Bernardo do Campo, SP. Ao lado do galpão onde hoje são eletrificados os ônibus encarroçados, na última fase do processo, serão montados chassis próprios Eletra. A mudança mexerá com a forma da empresa fazer negócios.

Como contou Iêda Oliveira, diretora comercial da Eletra, a companhia passa a ser efetivamente uma montadora de chassis. Atualmente o processo de fabricação termina na fábrica da Eletra com a eletrificação do ônibus já pronto, após o chassi produzido por uma das parceiras, as vizinhas Mercedes-Benz e Scania, ser encarroçado pela Caio em Botucatu, SP.

Com o desenvolvimento de chassi próprio a Eletra passa a ter mais flexibilidade, especialmente na hora de definir o preço: “A Mercedes-Benz continua sendo nossa parceira e fornecerá a plataforma do chassi com os componentes mecânicos, elétricos e eletrônicos. Em nossa linha de montagem faremos o processo de eletrificação, adicionando os componentes da WEG, como motor elétrico, inversor e bateria. Depois ele parte para o encarroçamento”.

Desta forma a companhia tem melhor condição de negociação, pois poderá ela própria faturar os chassis, ou até os ônibus completos, para seus clientes. Hoje este processo é feito pela encarroçadora, que depois finaliza o processo na fábrica. Com o aporte a unidade do ABCD Paulista ampliará sua capacidade de produção de 1,8 mil para 3 mil chassis elétricos por ano.

De olho na exportação

Em uma próxima etapa, disse Oliveira, o chassi chegará da Mercedes-Benz apenas com os componentes mecânicos “pois pretendemos integrar todos os componentes elétricos e eletrônicos. Instalaremos, também, sistemas como o ABS e controle de estabilidade, por exemplo”.

A tecnologia é a mesma aplicada nos ônibus elétricos já em circulação. A WEG, de Jaraguá do Sul, SC, continua sendo a fornecedora do motor, inversor e packs de bateria – todos produzidos no Brasil. Outros parceiros deverão ser integrados no futuro.

Um dos focos da Eletra é o mercado de ônibus elétricos da América Latina, contou sua presidente Milena Romano. Hoje empresas com origem na Ásia têm dominado as vendas na região, mas estão surgindo relatos de críticas a respeito da qualidade apesar do preço baixo. A intenção da companhia é concorrer com eles, cobrando um pouco mais mas oferecendo qualidade melhor.

São duas opções de chassis neste começo, que podem gerar desde midiônibus com 11,5 metros, passando pelos básicos de 12 m, padrons de 12 m a 13 m, e articulados de 20 m a 23 m. Todos com piso baixo e autonomia de 250 a 350 quilômetros.

Dos 1,3 mil ônibus elétricos em circulação no Brasil, segundo a empresa, 844 foram produzidos pela Eletra, chassis elétricos e trólebus.

Stellantis premia seus fornecedores em Paris

São Paulo – A Stellantis homenageou 54 fornecedores globais em cerimônia realizada em Paris, França, país–sede da Peugeot, Citroën e DS, três marcas do portfólio da empresa. Destes vinte receberam o prêmio Fornecedor do Ano, com base em critérios como desempenho, inovação, alinhamento aos valores da companhia e compromisso com objetivos comuns.

Conduzida por Monica Genovese, chefe de compras da Stellanis, a cerimônia reuniu duzentos representantes de fornecedores globais: “Parabéns a todos os fornecedores reconhecidos este ano. Sua dedicação e excelência definem o padrão de toda a nossa comunidade de cadeia de suprimentos”.

Foram feitas apresentações revelando planos futuros para produtos, posicionamento das marcas, experiência do cliente e as iniciativas de qualidade da companhia. O CEO Antonio Filosa finalizou:

“O evento de hoje foi mais do que um reconhecimento: representa um realinhamento que atende às necessidades em constante evolução dos nossos clientes e da nossa indústria. Junto com nossos fornecedores e parceiros estamos fortalecendo as bases para a inovação, a sustentabilidade e a excelência operacional. Esta colaboração é essencial à medida que enfrentamos um mercado em rápida transformação e nos preparamos para o futuro da mobilidade”.

Os vinte vencedores do Prêmio Fornecedor do Ano Stellantis 2025:

ArcelorMittal
Borealis
Caravan Facility
CATL
Continental Battery Systems
DN Automotive
FinDreams Battery
Forvia
Hunter Express
Kirchhoff Automotive
Feng Mei New Energy
Onsemi
PPG
Sakthi Auto
SGTM
Simoldes
Sumitomo
Vetore
Walbridge
Yesun

Estes fornecedores também foram homenageados:

Adient
Benteler
BEPO
Clarios
CNAIC
Denso
Endurance
Essenway
Flex n Gate
Gallicchio Stampi
Greentech
Hi-Lex
Hon Hai Precision
Kalyani Techno Forge
HiRain
Maxion
MIND
Nitto Denko
NORM
Polydesign
Quaker Houghton
Rayhoo
Sila
SNOP Groupe
TATA Magna
Terrafame
Tianma
Tiberina
Transfesa
Transimeksa
Treves
Verzani & Sandrini
Washington Penn Plastics
YAPP

Novo SUV Nissan produzido em Resende é batizado Kait

São Paulo — Foi divulgado o nome do novo veículo que será produzido pela Nissan em Resende, RJ: o SUV Kait. Segundo veículo gerado a partir do investimento de R$ 2,8 bilhões aplicado pela companhia no Brasil — o primeiro foi a nova geração do Kicks, apresentada em junho — o Kait será exportado para mais de vinte países, tornando a unidade sul-fluminense polo de exportação.

“Este projeto representa uma clara demonstração do nosso compromisso com a América Latina”, disse Guy Rodriguez, presidente da Nissan para a região. “É um novo SUV pensado para a região, feito por mãos latino-americanas e que ganhará o mundo.”

Pormenores a respeito do modelo, que deverá chegar ao mercado em 2026, serão divulgados mais à frente. Em Resende, além da nova geração do Kicks, a Nissan produz o Kicks Play, com a antiga carroceria.

Acea alerta que paradas na produção europeia de veículos poderão começar em dias

São Paulo – Em comunicado divulgado na quarta-feira, 29, a Acea, entidade que representa as montadoras europeias, afirmou que é iminente o início de paralisações nas linhas de montagem por falta de semicondutores. A diretora geral Sigrid de Vries afirmou que “está há poucos dias de ocorrer” e pede urgência “de todas as partes envolvidas para redobrar os esforços em encontrar uma saída diplomática para a situação crítica”.

Por causa da intervenção do governo holandês na Nexperia, uma das principais fornecedoras de chips simples para a indústria automotiva, o governo chinês proibiu a exportação do produto. As linhas seguem em operação por causa dos estoques, que estão cada dia mais baixos, de acordo com a Acea.

Em pesquisa com seus associados a associação europeia identificou que já há previsão de paradas nas linhas de montagem. Sem entrar em pormenores afirmou existir fornecedores alternativos mas que demorariam muitos meses para ampliar sua capacidade de suprimento às fábricas de veículos: “A indústria automotiva não tem muito tempo para evitar que os efeitos de escassez sejam sentidos”.

A situação, apesar de envolver diretamente governos da Europa e da China, respingou também no Brasil. Na terça-feira, 28, representantes da Anfavea, Sindipeças e de sindicatos de metalúrgicos se reuniram com o governo para pedir que interceda junto ao governo da China para tirar o Brasil deste embargo.

Por aqui, por ora, fala-se em possíveis paradas em algumas semanas. Nos Estados Unidos, segundo a Automotive News, fábricas da Honda já registram paradas nas linhas por falta do componente.

Governo negocia com China liberação de chips para setor automotivo

São Paulo – O governo federal abriu diálogo com o governo chinês para que o Brasil seja retirado do embargo das exportações dos chips da Nexperia. Na terça-feira, 28, representantes da Anfavea, do Sindipeças e sindicalistas reuniram-se com o ministro do MDIC, vice-presidente da República Geraldo Alckmin, em Brasília, DF, para expor a situação e propor caminhos para que a produção brasileira de veículos não seja paralisada.

Segundo Uallace Moreira, secretário de Desenvolvimento Industrial do MDIC, que conversou com a imprensa após a reunião, foi relatado que caso não haja uma solução rápida para a situação a produção de veículos poderá ser interrompida em duas ou três semanas, sem divulgar quais as empresas mais impactadas. A Nexperia, que teve suas exportações proibidas pelo governo chinês diante de uma disputa com a Holanda, é responsável por cerca de 40% dos chips fornecidos à indústria automotiva local, de acordo com o secretário:

“O vice-presidente [Alckmin] já telefonou para o embaixador chinês no Brasil, para poder fazer o início da negociação, e para o embaixador brasileiro na China. A proposta é excluir o País desta crise, de caráter geopolítico, que não tem a ver com absolutamente nada do Brasil”.

Por enquanto este foi o pleito levado pelo setor produtivo ao governo: abrir negociação com a China e tentar tirar o Brasil do meio da confusão geopolítica. A Nexperia, que é holandesa e mantém operações na China, decidiu demitir o CEO, chinês, e nomeou um interventor. Em resposta à intervenção, que a Holanda alega ser para proteção de propriedade intelectual, a China embargou as exportações dos chips. 

Moreira disse haver “prioridade total” por parte de Alckmin a respeito do assunto, que envolve “um setor que corresponde a 20% da indústria de transformação, 130 mil empregos diretos e mais de 1,3 milhão de indiretos”. Ele relatou também que houve sinalização positiva com as autoridades chinesas.

Em nota o MDIC afirmou que o embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, “se comprometeu a levar a demanda ao governo chinês”. Já o embaixador do Brasil na China, Marcos Bezerra Abbott Galvão, “afirmou que pode buscar diálogo por meio da Cosban, Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação, da qual é presidente, para encontrar soluções favoráveis ao Brasil diante dessa crise internacional de semicondutores para veículos”.

Sem plano B

Uma das promessas do governo brasileiro, e do setor produtivo, é que os chips comprados pelas subsidiárias brasileiras sejam usados apenas no mercado interno, evitando que as matrizes, da Europa e Estados Unidos, façam aquisição por meio de triangulação. A rastreabilidade, disse Moreira, é fácil de ser feita.

A má notícia é que não há um plano B: “Existem poucos países que produzem este tipo de chip e os contratos são de médio a longo prazo. Você não consegue substituir um fornecedor de um dia para o outro: depende do nanômetro, do tamanho e da função do chip. Nenhum outro país no mundo produzirá isto em um prazo curto para resolver este problema de demanda”.

Vendas de pneus recuam 3% de janeiro a setembro

São Paulo – Foram comercializados, de janeiro a setembro, 29 milhões de pneus no mercado brasileiro, recuo de 2,7% na comparação com o mesmo período em 2024. Considerando apenas as unidades para o mercado de reposição, a retração é de 7%, totalizando 18,8 milhões de pneus. A venda para montadoras cresceu 6,6%, somando 10,1 milhões de unidades.

Os dados foram divulgados pela Anip, Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos. No segmento de pneus de passeio foram comercializadas, no acumulado do ano, 24,1 milhões de unidades, queda de 2,1% frente a igual período do ano passado. No de carga houve diminuição de 5,2%, para 4,8 milhões de unidades.

Considerando apenas o mês de setembro as vendas de 3,2 milhões de pneus demonstram recuo de 8,2% frente ao mesmo período do ano anterior. Segundo a Anip o resultado foi influenciado pela queda de 12% no segmento de reposição, com 2 milhões de unidades, e pela retração de 1,1% nas vendas para montadoras, para 1,2 milhão.

Para o presidente da entidade, Rodrigo Navarro, o cenário para a indústria de pneus segue preocupante e desafiador: “No mercado de reposição enfrentamos, por exemplo, a concorrência desleal de pneus importados que chegam muitas vezes ao Brasil com preços inferiores aos praticados no mercado internacional. Há distorções de preço, falta de conformidade técnica e casos de não cumprimento das obrigações ambientais a que a indústria instalada no Brasil está sujeita”. 

O dirigente avaliou que o setor está sofrendo degradação que pode levar ao colapso da cadeia de produção que envolve fabricantes de têxteis, químicos, aço e borracha natural: “Estamos trabalhando junto ao governo brasileiro para que sejam tomadas medidas para criar condições isonômicas para a indústria brasileira”.

BYD apresenta o seu primeiro chassi de ônibus elétrico Midi desenvolvido no Brasil

São Paulo – A BYD apresentou seu novo chassi de ônibus elétrico Midi, o BC10LE, desenvolvido no Brasil. Trata-se de um chassi para veículos compactos, para atender a demandas em regiões urbanas centrais, com alto fluxo de veículos, e em regiões com ruas estreitas. 

O chassi BYD BC10LE foi mostrado pela primeira vez ao público na Arena ANTP, evento realizado em São Paulo de 28 a 30 de outubro, com foco no transporte público e na mobilidade urbana.

O chassi elétrico é equipado com as baterias Blade, de LFP, lítio-ferro-fosfato, e os seus packs serão montados no Brasil, em Manaus, AM, a partir de 2026.

GWM envia 100 veículos eletrificados para a COP 30

São Paulo – A GWM enviou cem veículos eletrificados da sua frota para serem usados na COP 30, conferência global da ONU. A entrega oficial será feita em 5 de novembro, em Belém, PA, na presença do presidente da GWM Brasil e México, Andy Zhang. Todos os veículos já estão armazenados no estoque da concessionária Revemar.

Eles serão usados pelos organizadores da COP 30 e para o transporte de membros do governo brasileiro, chefes de estado de outros países e delegações estrangeiras. O lote de cem unidades é composto pelos modelos Wey 07, Tank 300 e Haval H6, todos híbridos plug-in.

A intenção da GWM é aproveitar o evento para se posicionar como uma parceria estratégica sustentável, exibindo suas tecnologias de eletrificação.

Kia inicia vendas do híbrido Niro 2026

São Paulo – A Kia iniciou as vendas do híbrido Niro 2026 com desconto de R$ 20 mil por tempo limitado. Com o bônus a versão de entrada, EX, será vendida por R$ 195 mil, e a SX Prestige por R$ 220 mil, mas quando o desconto for encerrado os valores terão o acréscimo de R$ 20 mil.

O SUV híbrido pleno, HEV, tem motor Kappa 1.6 e um motor elétrico, que juntos geram potência de 141 cv, e câmbio automático. Este conjunto resulta em 24,6 km/l na estrada e em 27,2 km/l na cidade, gerando autonomia de mais de 1,1 mil quilômetros com o tanque de 42 litros de gasolina.

O bom consumo do Niro é uma das virtudes em que a Kia aposta para ganhar novos clientes.

General Motors é homenageada no Congresso pelos 100 anos de Brasil

São Paulo – A General Motors foi homenageada no Congresso Nacional durante sessão solene realizada na terça-feira, 28, em Brasília, DF, pelos 100 anos diretos de operação no Brasil. Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, abriu a sessão que contou com a presença de Santiago Chamorro, presidente da GM na América do Sul, Fabio Rua, vice-presidente na América do Sul, o presidente da Anfavea, Igor Calvet, e o presidente da Fenabrave, Arcélio Júnior.

Durante a solenidade foi ressaltada a importância da indústria automotiva nacional para a economia brasileira, geração de empregos, industrialização, desenvolvimento de novas tecnologias e inovação.