Jac inaugura superconcessionária em São Paulo

São Paulo – A Jac Motors inaugurou uma nova concessionária no bairro do Limão, na Capital paulista, onde reúne showroom, centro técnico, pós-venda completa e laboratório de recuperação de baterias. O espaço, de 12 mil m², emprega 140 pessoas e integra as áreas de suporte ao cliente, como engenharia, garantia, SAC, manutenção e atendimento a credenciadas, e cinco equipes de vendas.

A área de oficina está habilitada a fazer a manutenção de carros, vans e caminhões Jac e ônibus elétricos Ankai, também representados por aqui por Sérgio Habib, presidente do Grupo SHC. A capacidade é para seiscentos carros, duzentos caminhões e quarenta ônibus por mês, com estoque próprio, abastecido do centro logístico no bairro do Ipiranga.

Mas o grande diferencial é o laboratório de recuperação de baterias: nele técnicos treinados na China tratarão de substituir células defeituosas sem a necessidade de trocar todo o conjunto, o que reduz custos e impacto ambiental. 

Em nota o Grupo SHC diz ter se tornado “assistência técnica oficial das marcas CATL e Gotion no Brasil, reforçando sua liderança em eletrificação automotiva”.

Scania e BorgWarner apostam na descarbonização eclética

São Paulo – O transporte brasileiro caminha para um futuro tecnologicamente diversificado, no qual eletrificação, biometano e biodiesel coexistirão como alternativas complementares para a descarbonização. A avaliação é de executivos da Scania e da BorgWarner, que participaram do Seminário Brasil Eletrificação e Descarbonização, promovido por AutoData. Eles defendem a abordagem eclética para enfrentar os desafios ambientais do setor, responsável por 94% das emissões da mobilidade no País.

Para Gustavo Bonini, diretor institucional da Scania Latin America,o Brasil tem posição privilegiada nessa transição:

“O futuro não será apenas elétrico: será eclético. Conseguimos lançar mão, como País, além da eletrificação a possibilidade de usar de maneira absolutamente efetiva os biocombustíveis”.

O plano precisa considerar as vocações regionais do País. No Centro-Oeste, rico em produção de soja, o biodiesel se destaca. No Interior paulista a cana-de-açúcar favorece o biometano. Já nos grandes centros urbanos, onde a infraestrutura elétrica está consolidada, os elétricos ganham espaço.

“Para cada setor temos uma vocação. Não há problema em dispor de todas estas tecnologias. Aliás, é um ativo nosso.”

Produção local de baterias

A BorgWarner, que produz baterias para ônibus elétricos no Brasil, planeja expandir sua atuação local. Marcelo Rezende, diretor de sistemas de baterias, disse que a companhia estuda trazer para o País a fabricação de baterias LFP, fosfato de ferro lítio, tecnologia mais segura e com densidade energética comparável às atuais baterias NMC, níquel, manganês e cobalto.

“Já produzimos a amostra, estamos fazendo toda a validação. Começaremos a produzir já em 2026 esta bateria, ainda fora do País, e temos a intenção de trazer para cá a sua produção.”

A preocupação com o ciclo completo das baterias também está no radar: “As nossas baterias duram de oito a dez nos no veículo. Após o uso ela tem condições de ser utilizada em aplicações estacionárias por mais pelo menos uns dez anos, e depois podem ser recicladas com no mínimo 90% de índice de reciclabilidade”.

A economia circular, segundo ele, será fundamental para reduzir a dependência de novos minerais e tornar viável, economicamente, a eletrificação em larga escala.

Velocidade é o maior desafio

Apesar do otimismo com as múltiplas soluções disponíveis os executivos deixaram claro que o maior obstáculo não está na escolha tecnológica: “O grande desafio nosso não é escolher a melhor tecnologia mas conseguir acelerar a descarbonização”.

Os gargalos são múltiplos. Apenas 12% das rodovias brasileiras são asfaltadas, o que dificulta a infraestrutura para eletrificação de longa distância. A frota envelhecida de caminhões representa outro problema crítico: estes veículos não apenas emitem mais CO2 por serem menos eficientes mas, também, poluem localmente com particulados e NOx, óxidos de nitrogênio, afetando diretamente a saúde nas cidades, segundo Bonini.

“Temos as tecnologias, temos que tratar uma questão de infraestrutura e temos que tratar uma questão de frota.”

Para Rezende o papel das empresas é claro: “O importante é que, como País, oferecemos as soluções para descarbonizar, apoiar as montadoras com todas as soluções, com sistemas para reduzir a emissão de carbono, reduzir gastos com o consumo de combustível”.

Os executivos reconhecem que, enquanto o Brasil avança tecnologicamente, a emergência climática exige ação imediata. A estratégia eclética pode ser a solução, mas apenas se for implementada em escala e velocidade compatíveis com as metas de descarbonização.

COP 30 é oportunidade para o Brasil mostrar biocombustível ao mundo

São Paulo – A presença da Anfavea na COP 30, Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, em novembro, em Belém, PA, será uma oportunidade de a indústria automotiva brasileira demonstrar o seu leque de opções de tecnologias em descarbonização, sobretudo com aplicação de biocombustível. Este é o grande objetivo, segundo Henry Joseph Júnior, assessor especial da presidência da entidade, que participou do Seminário Brasil Eletrificação e Descarbonização, organizado por AutoData na terça-feira, 21.

Autoridades e delegações de diversos países estarão na Capital paraense, na primeira conferência organizada dentro da região da Amazônia: “É importante ser colocado em voz bem alta a eficiência e o resultado dos biocombustíveis”, afirmou Joseph Jr. “Alguns países ainda têm uma visão equivocada, de que o seu uso acaba por ocupar espaço de plantação de alimentos. O Brasil provou que é possível crescer o plantio de biocombustíveis e também de alimentos”.

O executivo da Anfavea destacou que a frota brasileira, hoje, é composta por 87% de veículos flex, o que torna mais fácil a transição para a descarbonização: “Enquanto os demais países precisam substituir a frota nós podemos, com a nossa atual, fazer esta mudança com baixo custo”.

Apesar de já haver muita possibilidade de avanço Joseph Jr ressaltou que a indústria tem trabalhado com afinco na melhoria da eficiência energética de seus veículos, algo que vem desde a criação do Inovar Auto, na década de 2010: “Foi aperfeiçoado com o Rota 2030 e ficou mais claro com o Mover [Programa Mobilidade Verde e Inovação], quando adotamos o critério do poço à roda. Os carros em circulação hoje são muito mais eficientes e sabemos que haverá cobrança da população para progredir ainda mais neste sentido”.

Novo estudo

Durante a COP 30 a Anfavea apresentará também um estudo, feito em parceria com a consultoria BCG, sobre o cálculo de emissões de CO2 ao longo de todo o ciclo de vida dos veículos, da pré-produção ao descarte.

A entidade será uma das treze a manter estande em espaço em parceria com a CNI, Confederação Nacional da Indústria, e a CNSeg, Confederação Nacional das Seguradoras. Também participará de debates e painéis durante a conferência, especialmente com os biocombustíveis como tema.

Ebru Semizer é a nova diretora de marketing da Hyundai

São Paulo – A Hyundai anunciou Ebru Semizer como sua nova diretora de marketing. Ela se reportará a Chris Lee, diretor executivo de marketing, e a Gerardo Carmona, vice-presidente de vendas, produto e marketing.

A executiva, que passa a liderar as ações de marca e de varejo da Hyundai no Brasil, trabalhou por quase dezenove anos na Mercedes-Benz, dos quais três anos na Turquia, país onde nasceu, e o restante em São Bernardo do Campo, SP, em posições de liderança – no último cargo era a responsável pelo marketing e pela experiência do cliente. 

Em 2019 encabeçou o movimento A Voz Delas, que busca integrar motoristas mulheres ao mundo dos pesados e pensar maneiras de oferecer-lhes maior segurança, conforto, empoderamento e equidade. Em 2022 ajudou a tirar do papel o caminhão Estrela Delas, o primeiro feito por e para mulheres e que, no ano passado. entrou no portfólio da montadora

Formada em administração de empresas pela Universidade de Mármara, em Istambul, Turquia, Semizer tem especialização em liderança pela ESMT Berlin, Alemanha, pós-graduação em marketing pela USP, Universidade de São Paulo, e cursos em inovação e inteligência artificial pelo MIT, Estados Unidos.

AutoData revela as perspectivas para 2026

São Paulo — A tradicional edição especial Perspectivas da Revista AutoData este ano traz onze reportagens e nove artigos assinados por fabricantes de veículos que, em 54 páginas, projetam os rumos de 2026 para a macroeconomia do País, cenário geopolítico, mercado argentino, Programa Mover, tendências tecnológicas apontadas pelo governo e o desempenho de produção, vendas domésticas e exportações da indústria de autopeças, motos, veículos leves, caminhões, ônibus e máquinas agrícolas e rodoviárias.

Além de ouvir mais de três dezenas de economistas, consultores e executivos da indústria sobre suas análises, preocupações e opiniões para o fechamento de 2025 e o desenrolar de 2026 esta edição de outubro traz na entrevista mensal From The Top – também disponível no videocast de AutoData no YouTube – uma exclusiva e importante conversa com Uallace Moreira, secretário de Desenvolvimento Industrial do MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. O secretário faz um balanço do Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, e fala da importância da indústria automotiva nos planos de reindustrialização do governo para o País.

Também na edição deste mês relatamos como os eventos climáticos extremos fizeram mais uma vítima no setor automotivo: uma microexplosão atmosférica jogou ao chão todo o telhado da fábrica de motores de Porto Feliz, SP, paralisando toda a produção da Toyota no País, que será retomada ao poucos com um plano emergencial de importação dos sistemas de propulsão híbridos.

E a Honda continua escalando sua produção de motos no País, com o anúncio de investimento de R$ 1,6 bilhão que eleva a capacidade de produção da fábrica de Manaus, AM, para 1,6 milhão de unidades por ano.

Por falar em investimento a BYD finalmente deu o pontapé inicial de parte da operação que promete ter no País. Por enquanto está em funcionamento a linha de montagem de kits SKD, importados semimontados da China, dos híbridos plug-in Song e King e do elétrico Dolphin Mini. A fabricante chinesa ainda está longe de concluir a construção de todos os prédios que pretende erguer no seu complexo industrial de Camaçari, BA, mas já dobrou a promessa de capacidade máxima da planta de 300 mil para 600 mil veículos/ano.

Também nesta edição fazemos um relato de como Antonio Filosa, recém-nomeado CEO da Stellantis, está montando uma nova equipe de liderança global do grupo aumentando o número de executivos brasileiros e italianos que trabalharam com ele nos longos anos em que passou no Brasil, a começar por escalar Emanuele Cappellano para ser o COO da companhia na Europa e puxando para o lugar dele Herlander Zola para comandar a operação sul-americana.

A densa edição de AutoData Perspectivas 2026, com noventa páginas editoriais, está disponível para ser lida on-line (aqui) ou para ter baixado seu arquivo PDF (aqui). Boa leitura e até novembro!

Grupo BMW completa 30 anos de presença no Brasil

São Paulo – O Grupo BMW completa 30 anos de participação no mercado brasileiro, iniciados por meio de um escritório de vendas em São Paulo, em 17 de outubro de 1995. No começo era apenas a marca BMW, fortalecida com a chegada da Mini em 2009, por meio de importação.

Também em 2009 a BWM Motorrad começou a montar motocicletas em Manaus, AM – hoje mantém uma fábrica, inaugurada em 2016. Dois anos antes antes, em 2014, inaugurou, em Araquari, SC, sua fábrica de automóveis, de onde passou a sair o BMW 320i com opção de motor flex.

No mesmo 2014 chegaram os primeiros carros 100% elétricos, o i3 e o i8, reforçando o pioneirismo da BMW na eletrificação.

Sindipeças estima crescimento de 3% para o ano que vem

São Paulo – O faturamento do setor de autopeças deverá avançar 3% em 2026, segundo projeções do Sindipeças, que calcula receita de R$ 284,1 bilhões para suas empresas associadas. É uma redução no ritmo esperado para 2025, de alta de 6,5% sobre o ano passado, somando R$ 275,8 bilhões.

O presidente Cláudio Sahad afirmou a AutoData confira a reportagem completa na edição 426 da revista, que traz o especial Perspectivas 2026 – enxergar pontos que pressionam o setor. Responsável por mais de 60% do faturamento o segmento OEM, de peças para montadoras, deverá sofrer com o esperado menor ritmo de crescimento nas fábricas: o Sindipeças calcula alta de 2,4% na produção de automóveis leves e pesados, abaixo dos 4,2% de avanço projetados para este ano.

“O desempenho dos veículos pesados, especialmente ônibus, deverá pressionar a projeção para baixo, devido à base elevada registrada em 2025 com a execução do programa Caminho da Escola”, afirmou o presidente do Sindipeças, acrescentando que a expectativa para leves é de crescimento em ritmo mais moderado. “Deveremos ter uma inflação mais baixa, que favorece o consumo de bens além dos essenciais, que puxará a Selic para baixo em meados do ano, melhorando as condições de crédito. E temos o mercado de trabalho aquecido, que impulsiona o consumo.”

Outro sinal amarelo vem de fora: Sahad vê risco nas exportações para a Argentina em 2026, com as polêmicas em que o presidente Javier Milei vem se envolvendo, e as sobretaxas dos Estados Unidos às autopeças para veículos pesados produzidas no Brasil, hoje em 50%: “Mesmo com possíveis negociações com o governo brasileiro não devem alterar de forma significativa o cenário já estabelecido para o setor automotivo internacionalmente”.

Para as exportações o Sindipeças estima queda de 4,7%, somando US$ 7,9 bilhões, após crescimento de 5,5% esperado para 2025, puxado pela Argentina, para US$ 8,3 bilhões.

As importações, em contrapartida, deverão seguir crescendo: 10% em 2026, para US$ 26,3 bilhões, após a alta de 14% projetada para este ano, US$ 23,9 bilhões. Desempenho que aprofundaria o déficit na balança comercial de autopeças em 17,8% no ano que vem, chegando a US$ 18,4 bilhões

De toda forma a expectativa do Sindipeças é a de que o setor mantenha os investimentos de R$ 6,6 bilhões projetados para 2025 em 2026 e adicione 3,4 mil postos de trabalho, somando 308,9 mil trabalhadores.

Volvo usa inteligência artificial para melhorar desempenho do FH

São Paulo – A Linha Volvo FH 2026 apresenta tecnologia gerenciada pela inteligência artificial, batizada de I-Torque, em que o sistema passa a trabalhar de forma constante em toda a viagem, deixando o acionamento do torque mais inteligente e ajudando o motorista a economizar até 3% de combustível, segundo a empresa.

A IA monitora a posição do pedal do acelerador, a topografia da estrada, o peso transportado e a velocidade do veículo. Com estas informações mantém o torque em níveis ideais promovendo condução econômica. A tecnologia está disponível nos motores de 420, 460, 500 e 540 cv.

Para a linha 2026 a ergonomia ao motorista foi aprimorada, com a redução dos comandos na coluna de direção: os novos modelos trazem apenas duas alavancas que reúnem funções como setas, piloto automático e freio motor. As engrenagens da transmissão I-Shift receberam polimento como acabamento de superfície para maior suavidade no funcionamento e aumento de durabilidade.

Ainda segundo a Volvo, a IA que determina as melhores marchas utilizando dados de conectividade avançada, I-See elevou para 10 km/h a tolerância para manter marchas, trazendo ganhos em economia.

Tupy e PepsiCo assinam parceria para transformar caminhão a diesel em GNV

São Paulo – A Tupy, por meio da MWM, assinou parceria com a PepsiCo para transformar dois caminhões originalmente movidos a diesel em veículos 100% abastecidos por gás natural e biometano. A estimativa é que cada unidade convertida deixe de emitir cerca de 8 toneladas de CO2 por ano.

Com autonomia de até 350 quilômetros por abastecimento os dois caminhões poderão ser reabastecidos na primeira estação de biometano da PepsiCo na América Latina, instalada em Itu, SP, responsável por abastecer 70% da frota a gás da companhia. 

Segundo a Tupy o motor movido a biometano oferece maior previsibilidade nos custos com combustível, mantendo torque e potência do motor a diesel. Outro diferencial está na possibilidade de reaproveitar veículos da frota, no caso da PepsiCo composta por 4 mil unidades, prolongando a vida útil e otimizando recursos.

De acordo com Anderson Pinheiro, diretor de transportes da PepsiCo Brasil, a iniciativa deverá ser ampliada à medida que a frota for sendo renovada, “conforme já temos feito: buscando inovações e soluções complementares, de modo que a sustentabilidade esteja sempre alinhada à produtividade”.

Primeiros Geely EX2 desembarcam no Brasil

São Paulo – Desembarcaram no Porto de Paranaguá, PR, as primeiras unidades do elétrico Geely EX2, segundo modelo que será comercializado no mercado brasileiro em parceria com o Grupo Renault. Ele é o veículo mais vendido na China em 2025 e estreará nas concessionárias em novembro.

A expectativa é a de que ele tenha preço competitivo para concorrer com modelos elétricos compactos como o BYD Dolphin, GWM Ora 03 e o recém-lançado Chevrolet Spark. Segundo Alex Chen, diretor comercial da Geely Auto Brasil, ele “chega como opção de veículo 100% elétrico, moderno e acessível, e que vai conquistar clientes que nunca pensaram em ter um carro elétrico na garagem”.