AutoData - De olho na privatização das estradas
Infraestrutura
24/08/2017

De olho na privatização das estradas

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Foto Jornalista  Redação AutoData

Redação AutoData

A diferença dos investimentos público e privado nas rodovias brasileiras é um dos pontos identificados pelo estudo Transporte Rodoviário: Desempenho do Setor, Infraestrutura e Investimentos, divulgado pela CNT, entidade empenhada na privatização das rodovias brasileiras. O estudo avaliou os investimentos de 2004 a 2016 e mostrou que os recursos privados, por quilômetro, representam mais do que o dobro dos públicos.

 

Em 2013 as concessionárias brasileiras investiram, por quilômetro, o maior valor no período: R$ 447 mil. Em 2016, houve redução, para R$ 354 mil 460. Ainda assim o valor é 122,1% maior do que o recebido pelas rodovias federais geridas pela União em 2016, R$ 159 mil 600/km.

 

Bruno Batista, diretor-executivo da CNT, disse que “esse é um bom parâmetro de comparação. Esse investimento das concessionárias faz com que o nível de qualidade seja significativamente superior ao das rodovias mantidas pelo poder público”.

 

Na edição de 2016 da Pesquisa CNT de Rodovias a extensão concessionada com estado geral classificado como ótimo ou bom foi de 78,7%. Nas federais, sob gestão pública, foi de 42,7%.

 

O novo estudo da CNT mostra que, desde a década de 1990, o País adotou a alternativa de participação da iniciativa privada no provimento da infraestrutura de transporte via concessões. De 2004 a 2016 foram investidos R$ 49 bilhões 960 milhões pelas concessionárias.

 

Só em 2016 o investimento privado foi de R$ 6 bilhões 750 milhões, em 19 mil 31 km. Nesse mesmo ano as rodovias públicas federais receberam R$ 8 bilhões 610 milhões para investir em mais do que o dobro da extensão, 53 mil 943 km. A análise evolutiva mostra que o volume anual de aportes acompanhou a expansão do programa de concessões rodoviárias. Apesar disso o valor investido – por quilômetro de rodovia concedida –, que apresentou incrementos consecutivos de 2004 a 2013, registrou retração de 2014 a 2016.

 

Segundo o estudo esse resultado se deve à crise econômica e às dificuldades enfrentadas pelas novas concessionárias. Uma delas: a pesquisa a CNT destaca o financiamento das obras devido às mudanças na política econômica governamental, principalmente do BNDES.

Foto: Fotos Públicas – Antony Sappres