Principal inovação da engenharia automotiva nacional está em 81% dos veículos leves vendidos desde 2003
Neste fevereiro a principal inovação já desenvolvida pela engenharia automotiva no País atinge dois marcos históricos: 40 milhões de veículos flex fuel vendidos no Brasil em vinte anos, desde o lançamento, em 2003, do primeiro carro bicombustível, o Volkswagen Gol 1.6 Total Flex, equipado com sistema de gerenciamento de motor que, pela primeira vez, introduziu no mercado um carro que roda com gasolina e/ou etanol hidratado em qualquer proporção de mistura.
O sucesso deste arranjo foi tamanho que, em poucos anos, todos os fabricantes de veículos no País – e até alguns importadores – já tinham adotado a tecnologia flex em suas linhas de produtos, que foi embarcada em 81% de todos os veículos leves com motor ciclo otto produzidos e vendidos aqui. Este porcentual chegou ao pico de 88,6%, em 2017, e desde o ano passado está estabilizado em torno de 83%.
Lançada inicialmente como uma solução criativa que deu ao consumidor brasileiro a opção de escolher no posto de abastecimento o combustível mais vantajoso para seu bolso, alguns analistas e executivos da indústria atribuem à tecnologia bicombustível um dos fatores que animaram muitas pessoas a trocar de carro, fazendo as vendas baterem sucessivos recordes na primeira década deste século, época em que o Brasil se tornou o quarto maior mercado de veículos do mundo e chegou ao topo de 3,6 milhões de automóveis e de comerciais leves emplacados, em 2012 – naquele ano 87% deles foram flex.
O que era para ser uma alternativa econômica acabou virando solução de descarbonização do transporte porque promoveu o maior consumo de etanol, biocombustível amplamente disponível e distribuído no País desde os anos 1980, que tem a vantagem ambiental de ser um combustível renovável com pegada quase neutra de carbono, pois de 80% a 90% de suas emissões de CO2 são reabsorvidos nas plantações de sua principal matéria-prima, a cana-de-açúcar.
Ou seja: muito antes de se falar em descarbonização das emissões veiculares o etanol e a tecnologia flex fuel garantiram ao Brasil uma solução pronta e muito mais barata do que a eletrificação para reduzir significativamente os volumes de CO2 emitidos na atmosfera pela maior parte dos veículos vendidos aqui.
Para ler a reportagem completa, publicada na edição 396 da revista AutoData, clique aqui ou na imagem abaixo.