Caxias do Sul, RS – O Rio Grande do Sul ganhou mais uma iniciativa com foco na produção de etanol. O mais recente investimento, de R$ 293 milhões, foi confirmado pela cooperativa Cotrijal, com sede em Não-Me-Toque, cidade que receberá a operação. O protocolo de intenções com o governo gaúcho foi assinado esta semana no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, onde está instalada a sede do governo do Estado durante a 45ª Expointer, feira do agronegócio que prossegue até o domingo, 4. A usina, com capacidade de produção estimada em 70 milhões de litros por ano, tem início de operações projetado para 2024.
O protocolo estabelece ações no âmbito da Secretaria da Fazenda, como o diferimento do pagamento de ICMS devido nas aquisições de máquinas e equipamentos de fornecedores localizados no Rio Grande do Sul, assim como de acessórios, sobressalentes e ferramentas que acompanhem esses bens e que sejam produzidos no Estado. A cooperativa também assumiu compromissos, como a criação de pelo menos 92 empregos diretos, dando preferência para a contratação de mão de obra local. Como contrapartida o governo assumiu o compromisso de tornar viável a tramitação do projeto da cooperativa no Fundo Operação Empresa e no Programa de Harmonização do Desenvolvimento Industrial.
O governador Ranolfo Vieira Júnior disse que a nova unidade industrial ajudará na ampliação da cadeia de bioenergia do Estado, que hoje produz apenas 1% da sua demanda de consumo interno. O presidente da Cotrijal, Nei Mânica, destacou o aproveitamento das culturas de inverno para a produção do biocombustível e o impacto para os produtores:
“Estimulará o aumento da produção dessas culturas no Rio Grande do Sul para que possamos gerar mais renda para o produtor, retorno em ICMS para o governo e aumentar a produção deste insumo tão importante para a economia e o meio ambiente”.
Outros dois projetos também foram confirmados neste ano. Em julho BSBios e Biotrigo anunciaram intenção de investir R$ 316 milhões em uma usina produtora de etanol a partir do processamento de cereais, como trigo, milho, triticale, arroz e sorgo. A operação, programada para iniciar produção no segundo semestre de 2024, estará localizada em Passo Fundo, com capacidade inicial para 111 milhões de litros/ano.
Outro projeto, assinado em agosto, é da CB Bionergia, em Santiago, com investimento de R$ 75 milhões para erguer usina com capacidade de produção anual de 10 milhões de litros. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Joel Maraschin, projeta que estas ações permitirão que, em uma década, o estado esteja produzindo 50% da demanda interna.