Com passivo declarado de R$ 46,4 milhões o Grupo Vidroforte, de Caxias do Sul, RS, obteve deferimento ao seu pedido de recuperação judicial. A decisão do 1º Juizado da 5ª Vara Cível da Comarca de Caxias do Sul inclui as oito empresas do grupo, que atua no fornecimento de vidros para a indústria automotiva e de construção civil. As operações estão localizadas em Caxias do Sul, São Paulo, Pará de Minas, MG, Três Cachoeiras, RS, Cascavel, PR, e Goiânia, GO.
O pedido de recuperação ingressou na Justiça em 26 de janeiro por meio dos administradores Eduardo e Herberto Heinen, irmãos e sócios da empresa, e foi deferido na segunda-feira, 19.
No despacho a juíza Zenaide Pozenato Menegat destaca as razões apresentadas para o pedido da recuperação judicial. Os administradores relatam que nos últimos anos o grupo entrou em processo de crise e instabilidade econômico-financeira, tendo como principais causas a crise econômica nacional, determinante de crise setorial, em decorrência da elevação do custo financeiro, da redução das linhas de financiamento e elevação da estrutura de custos. A situação se refletiu em queda nas vendas, diminuição do fluxo de caixa e aumento do endividamento, especialmente junto a instituições financeiras.
A juíza nomeou o advogado Laurence Bica Medeiros como administrador judicial. Também determinou a suspensão, a partir do deferimento do pedido, de todas as ações e execuções que houver contra o grupo, pelo prazo máximo de 180 dias. A empresa deverá publicar edital, em órgão oficial, contendo o resumo do pedido inicial e da decisão judicial, a relação nominal dos credores, com discriminação do valor atualizado e a classificação de cada crédito e, ainda, a advertência aos credores, declarados ou não pelas devedoras, acerca do prazo de quinze dias, a contar da publicação do edital, para as habilitações. O plano de recuperação deverá ser apresentado em sessenta dias, contados a partir da decisão judicial.
A Vidroforte é mais uma empresa gaúcha que atua no segmento automotivo a unir-se a outras que já estão há mais tempo na condição de recuperandas. Dentre elas estão o Grupo Voges, a Siderúrgica Tomé, todas de Caxias do Sul, e a Fundição Farina, de Bento Gonçalves.
A situação mais emblemática é da Guerra, segunda maior fabricante de implementos rodoviários do País. Sem êxito nas várias tentativas de aprovação do plano de recuperação judicial, houve decretação da falência em novembro. No momento o administrador judicial, Cristiano Franke. trabalha no levantamento dos bens que serão levados a leilão para pagamento das dívidas, estimadas em cerca de R$ 220 milhões.
Foto: Divulgação.
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