São Paulo – Um importante ingrediente deixou a comemoração dos 60 anos de instalação das operações do Grupo Schaeffler no Brasil mais saborosa: os negócios locais vão bem, obrigado. Klaus Rosenfeld, CEO global, embarca de volta à Alemanha carregando boas notícias para os controladores da empresa – que, embora esteja listada em bolsa, tem 100% das ações com direito a voto nas mãos da família de Maria-Elisabeth Schaeffler-Thumann: o faturamento crescerá na casa dos dois dígitos e os negócios seguem no azul.
O CEO veio especialmente para a festa de celebração da subsidiária sul-americana com clientes e fornecedores, marcada para a noite da quarta-feira, 28, em São Paulo. Nas diversas reuniões que teve durante sua estadia confirmou com Marcos Zavanella, presidente e CEO das operações na América do Sul, investimentos de € 25 milhões a € 30 milhões para os próximos dois anos para manter uma média de alta de 6% no faturamento até 2023.
“Estamos prontos para o futuro e para a transformação da indústria na América do Sul”, disse Rosenfeld a um grupo de jornalistas horas antes da festa. “Temos uma filosofia de produzir na região para a região. Pretendemos crescer junto com o mercado e agregar mais conteúdo Schaeffler aos veículos, para ganhar participação.”
Os investimentos serão dedicados, basicamente, a processos para redução de custos, novas tecnologias e desenvolvimento de produtos. Segundo Zavanella não há necessidade de expandir a capacidade da fábrica de Sorocaba, SP, para onde a Schaeffler se mudou em 1975, depois de o terreno no bairro paulistano de Santo Amaro ficar pequeno para os negócios locais da companhia.
Embora os desenvolvimentos da empresa estejam bem direcionados à eletrificação, Rosenfeld ponderou que ainda há muito espaço para os motores a combustão. Ele disse que a companhia projeta para o futuro da propulsão algo denominado 70%-70%: 30% das vendas de veículos em 2030 serão de motores a combustão, 30% com motores elétricos e 40% com híbridos, que misturam as duas tecnologias.
Por aqui a aposta ainda é no etanol, considerado por ele uma alternativa limpa – até, quem sabe, mais do que a elétrica, quando se olha por toda a cadeia de energia, da produção até a reciclagem das baterias.
As particularidades do Brasil garantem ao País também a posição de centro de competência em desenvolvimento e produção de alguns componentes. Rosenfeld citou como exemplo as transmissões manuais, ainda majoritárias no mercado local: como Estados Unidos e Europa têm no câmbio automático a maior parte de suas vendas, coube ao Brasil ocupar o posto de referência para outros mercados: “Desenvolvemos rolamentos de embreagem para o mercado indiano”.
Mas não significa que a operação brasileira não possa também participar da vanguarda do mercado global: saem de Sorocaba anéis e molas de precisão para serem aplicados em eixos elétricos produzidos na China.
A Schaeffler não abre suas receitas na América do Sul, mas segundo Rosenfeld 21% das vendas vêm da região das Américas – que junta Estados Unidos e México. No ano passado o faturamento da companhia superou os € 14 bilhões.
Foto: Divulgação.
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