São Paulo – Os fornecedores brasileiros devem começar a se preparar para a chegada da eletrificação à indústria nacional – que já deu seu primeiro passo com o Toyota Corolla híbrido flex que, embora ainda tenha seu powertrain importado do Japão, sinaliza que as tecnologias estão muito próximas.
O assunto foi debatido em painel do primeiro dia da 15ª edição do Veículo Elétrico Latino-Americano, salão que reúne e pretende fomentar o debate da eletrificação no País. Miguel Fonseca, vice-presidente da Toyota no Brasil, alegou que ter produção nacional desse tipo de veículo é essencial para o futuro do setor:
“Fazer um veículo híbrido no Brasil ajuda a qualificar os fornecedores para o futuro. Temos que construir carros para fazer frente à concorrência global. É fundamental, até porque se não conseguirmos a tendência é que a indústria morra, precisamos acompanhar as mudanças”.
De acordo com o executivo, a indústria nacional precisa acompanhar todas as mudanças que estão acontecendo no setor automotivo, que passa pela maior transformação da sua história: “A Toyota está se transformando em uma empresa prestadora de serviços de mobilidade. Esse é o futuro, não dá mais para só vender veículos. Estamos de olho em todas essas mudanças e o Brasil já faz parte de tudo isso”.
Em um futuro mais distante as montadoras também precisarão entrar no segmento de armazenamento e análise de dados – o que, na visão de Fonseca, ampliará a concorrência: “Vamos concorrer com empresas como Google, Facebook, Uber e 99, que já operam nos segmentos de serviços de mobilidade e de análise de dados. As montadoras deixarão de ser os únicos concorrentes que temos no mercado”.
Diante desse cenário para o futuro, a Toyota focará em desenvolver serviços de mobilidade com base na sigla CASE, que em inglês significa conectado, autônomo, compartilhado e eletrificado, desenvolvendo também a tecnologia e infraestrutura necessária para chegada desses veículos no mercado.
Para Claudio Castro, diretor executivo de pesquisa e desenvolvimento da Schaeffler para a América do Sul, o futuro será eletrificado, independente da matriz energética de cada veículo. A fornecedora, especializada em componentes para veículos a combustão, criou uma área para desenvolvimento de produtos para modelos elétricos:
“Percebemos que era necessário começar a trabalhar no desenvolvimento de peças para os veículos elétricos. Já temos motores elétricos e transmissões híbridas que serão vendidos globalmente. Também desenvolveremos sistemas eletrônicos e softwares para esse segmento”.
Para o executivo diversas motorizações conviverão por bastante tempo no mercado, mas como fornecedora, a Schaeffler precisava estar pronta para acompanhar as mudanças.
Marcos Munhoz, vice-presidente da General Motors América do Sul, ressaltou uma questão positiva na produção dos veículos elétricos: eles usam uma média de quatrocentos componentes, enquanto um veículo a combustão demanda mais de duas mil peças. Esse fato torna a produção de um carro elétrico muito mais simples na visão do executivo, outro ponto positivo para ajudar esse segmento a crescer: “Você terá um veículo elétrico. E isso será mais rápido do que você espera”.
Foto: Divulgação.
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