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12/11/2019

Exportações puxam a receita da Tupy

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Foto Jornalista  Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

São Paulo – A Tupy seguiu com desempenho operacional positivo no terceiro trimestre, apesar de duas variáveis importantes: as oscilações no mercado argentino, que afetaram as exportações de caminhões, e a saída da Ford Caminhões do mercado, que produziu reflexos em sua cadeia de fornecedores. A força dos mercados da América do Norte e do brasileiro levaram a companhia a registrar receita de R$ 1 bilhão 339 milhões de julho a setembro, o que representa crescimento de 1,8% sobre igual período no ano passado.

 

Segundo o presidente Fernando de Rizzo a companhia tem trabalhado para diversificar sua oferta no Exterior, sobretudo nas vendas de produtos estruturais compostos por metais mais resistentes que geram maior valor agregado. O mercado externo representou no período, segundo o executivo, 70% do que foi produzido na duas fábricas que a empresa mantém no País, em Mauá, SP, e em Joinville, SC: “São os contratos de longo prazo que mantemos com clientes no Exterior que ajudam a empresa a manter o crescimento”.

 

Fundamental para a Tupy, a exportação é tema recorrente em conversas mantidas com o governo federal – o aumento da alíquota do Reintegra, por exemplo, poderia levar a empresa a registrar resultados melhores: “O Ebitda do trimestre poderia ser R$ 20 milhões maior caso houvesse políticas que estimulassem a exportação, como foi o caso do Reintegra, que nos levou a conquistar contratos de longo prazo no Exterior e, por isso, gerar mais empregos em nossas fábricas”.

 

O Ebitda, que é o lucro antes de impostos e amortizações, registrado no trimestre foi de R$ 188,7 milhões, apontou o balanço divulgado na terça-feira, 12 — o maior da sua história. Na operação brasileira está em atividade um quadro formado por 9 mil funcionários, 1 mil 550 deles contratados de 2015 a 2018. Foi nesse período que a empresa obteve contratos importantes no Exterior em função da condição favorável gerada pela alíquota do Reintegra vigente à época.

 

De todo modo, afora as oportunidades que a Tupy aproveitou no mercado para poder manter a taxa de crescimento no trimestre – uma delas a prestação de serviço de usinagem de blocos e cabeçotes de motores para montadoras como Mercedes-Benz, Volkswagen Caminhões e Ônibus e Caterpillar –, a companhia teve de promover uma série de ajustes na operação para chegar a resultados financeiros positivos, disse Rizzo:

 

“O câmbio nos favoreceu, mas também promovemos ganhos de eficiência em trabalhos internos para manter o resultado para o investidor. As vendas físicas no terceiro trimestre foram menores na comparação com as realizadas no terceiro trimestre do ano passado, mas a receita cresceu aqui, por exemplo, porque adotamos essas medidas e porque as vendas ao mercado interno cresceram 11,7%”.

 

Tal tendência de crescimento do mercado interno, segundo De Rizzo, pode ser vista durante a Fenatran, principal feira de veículos comerciais realizada no País: “Somos um dos fornecedores do Mercedes-Benz Actros, um dos destaques da feira. Houve vendas ligadas ao agronegócio, que é uma vertical que puxa os nossos negócios. Também somos fornecedores dos veículos a gás e biodiesel da Scania, o que nos abre portas para explorar um mercado de combustíveis alternativos”.

 

A companhia, por ter ações listadas na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, evita as projeções. No entanto há expectativa em torno da aproximação de um movimento de renovação de frotas no mundo, principalmente no setor de máquinas agrícolas, um outro segmento da economia explorado pela Tupy.

 

“Acompanhamos o envelhecimento das máquinas. Em algum momento haverá renovação de equipamentos. Temos confiança nos resultados de longo prazo.”

 

Foto: Divulgação.