AutoData - Cenário externo ajuda a derrubar exportações
Balanço da Anfavea
06/02/2020

Cenário externo ajuda a derrubar exportações

Imagem ilustrativa da notícia: Cenário externo ajuda a derrubar exportações
Foto Jornalista  André Barros

André Barros

São Paulo – As exportações de veículos começaram o ano com queda de 20%, em volume, na comparação com o primeiro mês de 2019. Segundo dados divulgados pela Anfavea na quinta-feira, 6, os embarques somaram 20 mil unidades no mês passado, ante as 25 mil de um ano antes.

 

O cenário não é nem um pouco animador para as vendas externas: além da já conhecida crise na Argentina, principal cliente dos carros produzidos no Brasil – no ano passado respondeu por quase metade dos veículos leves embarcados – outros mercados importantes, como México e Chile, passam por um período de retração. Do total exportado no ano passado, de acordo com a Anfavea, 17% tiveram como destino o México e 8% o Chile. Ou seja, os destinos responsáveis por 75% das exportações de veículos brasileira estão com queda nas vendas.

 

Não é a única razão obviamente. O movimento natural seria buscar outros mercados – o que está sendo feito: a Colômbia, no ano passado, comprou muitos carros brasileiros e foi o terceiro principal destino, com 12% dos embarques de 2019. Mas a falta de competitividade da indústria nacional impede voos mais altos.

 

“Estamos muitos preocupados com a exportação do Brasil”, disse Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea. “E não só do setor automotivo: no ano passado tivemos queda no saldo da balança comercial e no fluxo de mercadorias negociadas. Nosso comércio exterior é muito concentrado em grãos, petróleo e minério. Precisamos aumentar as exportações de produtos manufaturados.”

 

As queixas são as mesmas que já vêm de outros meses: elevada carga tributária – de cada US$ 100 exportados em automóveis, US$ 12 são impostos – e ineficiência logística. A Anfavea segue negociando com o governo possíveis soluções para a questão, mas as conversas se arrastam por quase um ano ainda sem efeitos positivos.

 

Ao contrário: a projeção para 2020 é de nova queda, de 11%, no volume exportado. Seriam 381 mil unidades. Pouco para quem almeja exportar, ao menos, 1 milhão de veículos por ano.

 

Foto: Portos do Paraná/Divulgação.