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13/02/2020

Renovação da frota dá esperança a setor de construção

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Foto Jornalista Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

Contagem, MG – A New Holland Construction, braço fabricante de máquinas de construção da CNH Industrial, projeta crescimento de 10% do mercado em 2020. Caso se confirme, o setor deverá sair do quadrante negativo estabelecido no ano passado, com retração nas vendas internas e na produção.

 

Segundo números da Anfavea, a produção do setor recuou 19% em 2019, enquanto as vendas foram 8% menores do que as registradas em 2018, desempenhos justificados pelas fabricantes em parte pela crise no mercado argentino, no caso da produção, e por um PIB baixo que reflete em poucos investimentos em infraestrutura.

 

Os dados da entidade também contabilizam máquinas agrícolas, mas o que se comentou na fábrica de Contagem, MG, durante evento comemorativo dos 70 anos da New Holland Construction no Brasil, é que, ainda assim, houve desaceleração dos indicadores que dizem respeito ao segmento de máquinas para construção. A Anfavea soma as vendas de retroescavadeiras, que encerraram o ano com crescimento acima de 80%, mas a oferta das montadoras abrangem outros produtos, que venderam menos.

 

Neste ano, no entanto, há expectativa em torno da renovação de uma frota que, anos atrás, havia sido explorada por meio de modelo de negócio de locação – saída que construtoras encontraram para poder gerar receita com maquinário abundante comprado à época da euforia em torno do crédito farto e obras do PAC, o antigo programa de aceleração do crescimento.

 

“Vendemos cerca de mil máquinas para atender demandas do PAC e hoje este equipamento entra na fase de renovação, uma vez que está desatualizado tecnologicamente ou no final de sua vida útil após anos de aplicação severa”, disse Paula Araújo, vice-presidente para América do Sul. “A vida útil de um equipamento de construção, em média, é de cinco anos.”

 

A executiva, e o mercado, descartam a volta de uma demanda com as mesmas proporções do programa lançado em 2007 pelo governo federal. Por outro lado, há expectativas em torno de uma retomada dos negócios na construção civil – um quadro que também tem sido pintado pelas montadoras de caminhões – outro fator que deverá refletir em mais vendas neste ano.

 

“Estamos falando, para este ano, de um mercado possível de cerca de vinte mil maquinas para o setor de construção”, contou a vice-presidente. “É uma projeção realista construída também com base no que esperam os nossos clientes”.

 

Elevar um pouco o indicador de venda, seguiu a executiva, ajudará também as empresas que atuam no setor a ocupar a capacidade instalada no País, ainda considerada ociosa. As linhas que produzem máquinas rodoviárias instaladas no Brasil têm capacidade para produzir 60 mil unidades/anos. No ano passado, disse Paula Araújo, a produção do setor chegou a pouco mais de 10% da capacidade.

 

No caso específico da New Holland Construction, a fábrica de Contagem tem capacidade para produzir 10 mil unidades/ano. Hoje, a produção é de cerca de seis mil unidades/ano.

 

De todo modo a unidade trabalha em dois turnos e tem um quadro formado por pouco mais de 1 mil funcionários diretos. Somando os indiretos supera 1,5 mil trabalhadores. Na unidade são produzidos cinco modelos dentre tratores de esteira, retroescavadeiras, pá carregadeiras, motoniveladoras e escavadeiras.

 

Foto: Divulgação.