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19/05/2020

Setor de máquinas vê oportunidade para nacionalização de peças

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Foto Jornalista  Caio Bednarski

Caio Bednarski

São Paulo – Com a escalada do dólar e o consequente aumento nos custos as montadoras de máquinas agrícolas discutem alternativas para driblar os seus efeitos em suas operações. Uma possível saída, segundo o diretor de marketing da AGCO América do Sul, Alfredo Jobke, é a nacionalização de peças e componentes.

 

“A tendência é localizarmos mais componentes, considerando o patamar atual do dólar”, ele disse no Workshop AutoData Máquinas Agrícolas e de Construção, na segunda-feira, 18. “Só assim conseguiremos avançar na competitividade e aproveitar o cenário rentável das exportações. Temos essa oportunidade de negócios após a pandemia."

 

O diretor de planejamento comercial da CNH Industrial, Thiago Wrubleski, concordou: esse movimento é necessário, “pois o câmbio coloca pressão nas nossas operações e certamente reveremos parte da nossa cadeia global de fornecimento após a pandemia. Temos que nos reinventar porque no cenário atual, com alta de 30% no preço do dólar, não é fácil fechar as contas. Enfim precisamos ser mais competitivos”.

 

Os executivos não revelaram quais componentes poderão ser nacionalizados, mas Wrubleski contou que, internamente, a empresa trabalha nisso diariamente, avaliando sua cadeia: “Após a pandemia o foco nessa área será ainda maior”.

 

Para o diretor da AGCO é hora de olhar para toda a gama nacional de produtos e avaliar como está o índice de nacionalização de cada máquina e, a partir disso, analisar toda a cadeia de fornecedores em busca de componentes localizáveis.

 

Produzindo mais componentes no País o setor também dependerá menos da importação, situação que atrapalhou o ritmo das fábricas em abril. Algumas empresas tiveram dificuldades parar importar e as linhas de produção de determinadas máquinas ficaram desabastecidas, cenário já normalizado.

 

De toda forma os consumidores sentirão o aumento nos preços, de acordo com Thomas Spana, gerente de vendas da John Deere no Brasil – que falou, no workshop, sobre o segmento de máquinas de construção: "A alta nos custos trouxe um impacto muito grande que acabará refletindo no preço dos equipamentos".  

 

Foto: Reprodução.