São Paulo – Em agosto a indústria brasileira exportou 28,1 mil veículos, resultado 3,4% inferior ao de julho e 23,4% menor do que o de agosto do ano passado, de acordo com os dados divulgados pela Anfavea na sexta-feira, 4. No acumulado do ano a queda chega a 41,3%, 176,7 mil unidades – e é o segundo ano consecutivo de vendas externas menores, lembra o presidente Luiz Carlos Moraes.
“O resultado de julho foi elevado por embarques de veículos que fazem parte de contratos fechados ainda antes da paralisação. Os mercados vizinhos estão com dificuldades e o desempenho da América Latina traz muito impacto às exportações.”
O carro brasileiro perdeu espaço nos principais mercados da região, segundo o executivo. A Anfavea mostrou alguns dados: na Argentina o mercado caiu 39% até julho e as exportações brasileiras para lá, em volume, recuaram 44%. Ao México o Brasil enviou 29% menos veículos para um mercado que caiu 21% e, na Colômbia, as vendas retraíram 38% e as exportações brasileiras foram 49% menores.
No Uruguai o cenário é o mesmo: 32% menos embarques, mercado 27% menor. No Peru queda de 43% nas vendas e envios 48% inferiores e, no Chile, 76% menos embarques e 48% de queda nas vendas.
A falta de competitividade foi novamente citada por Moraes como fator que trava as exportações brasileiras. Mesmo com o dólar valorizado o produto brasileiro não consegue competir com os produzidos em outros mercados com cenário de menor custo.
Em valores as exportações renderam aos cofres das fabricantes de veículos e máquinas agrícolas US$ 667,7 milhões, recuo de 21% sobre agosto do ano passado e em linha com o faturamento de julho. No ano as exportações somaram US$ 4,3 bilhões, valor 36,4% inferior ao registrado de janeiro a agosto de 2019.
Foto: Cláudio Neves/ANPr.