São Paulo — As vendas de caminhões em agosto somaram 8,1 mil unidades, queda de 15,3% na comparação com julho. Reação que já era esperada, segundo Marco Saltini, vice-presidente da Anfavea: "As vendas em julho foram alavancadas, ainda, pelo represamento de emplacamentos. O número de agosto reflete de maneira mais real a situação do mercado".
Na comparação com o mesmo mês do ano passado a retração foi de 14,4% e, no acumulado até agosto, o setor somou 55,5 mil vendas, volume 14,9% menor na mesma base comparativa. Questionado sobre uma possível falta de caminhões no mercado, o que segundo a Fenabrave foi um fator que impossibilitou vendas maiores, Saltini disse que as montadoras estão se adaptando à nova realidade:
"Mesmo com a queda nas vendas a produção foi maior em agosto. O que mostra que não existe, hoje, uma falta de produtos em termos de volumes, mas sim em mix. Acontece em alguns casos do consumidor não encontrar a versão que ele precisa disponível na rede e esse é o desafio das montadoras: entender a nova realidade para ajustar o mix de produção".
O executivo também lembrou que a pandemia não acabou e que o segmento está trabalhando com menor capacidade produtiva, levando mais tempo para produzir cada unidade, por causa do distanciamento social necessário para manter a segurança dos funcionários, assim como outras ações.
Em agosto foram produzidos 7,3 mil caminhões, crescimento de 7,3% na comparação com julho e queda de 31,8% com relação ao mesmo período de 2019. Segundo Saltini essa expansão na comparação com julho mostra que o setor está procurando entender e adaptar-se à nova realidade do mercado. Até agosto o setor produzir 48,9 mil caminhões, volume 36,6% menor do que o do acumulado do ano passado no mesmo período.
As exportações de agosto foram 3,5% maiores do que as de julho, somando 1,3 mil unidades. Na comparação com o mesmo mês do ano passado houve recuo de 6,9%. De janeiro a agosto foram embarcados 7,3 mil caminhões, volume 17,8% menor ante igual período de 2019.
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