São Paulo – Desde a chegada da pandemia da covid-19 as fabricantes de veículos cortaram 4 mil postos de trabalho, mesmo com as diversas medidas de proteção ao emprego aplicadas pelas empresas. A tendência é este número crescer, segundo Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, que divulgou seus dados atualizados na sexta-feira, 4.
Ao fim do mês passado as fabricantes de veículos e máquinas agrícolas empregavam diretamente 121,9 mil pessoas. Em fevereiro o quadro de funcionários das 26 associadas à Anfavea somava 126 mil pessoas. Estima-se que para cada emprego gerado em uma montadora outros dez são criados na cadeia automotiva.
O cenário poderia ser pior não fossem as diversas ferramentas aplicadas pelas montadoras para manter a mão-de-obra, treinada e qualificada: bancos de horas, férias coletivas, suspensão temporária de contratos, redução de jornada e lay offs. Disse Luiz Carlos Moraes que “existe um excesso visível de mão-de-obra como um todo que está sendo mantido com esses instrumentos. Mas com o volume de produção atual é muito provável que haja mais redução de emprego no futuro próximo”.
Em agosto saíram das linhas de montagem 210,9 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus, volume 21,8% inferior ao do mesmo mês do ano passado. Com relação a julho houve avanço de 23,6% na produção, justificado pela aceleração do mercado doméstico e a necessidade de se readequar os níveis de estoque.
Foi o melhor mês em produção de 2020, mas Moraes mantém a cautela porque o saldo do acumulado do ano é ainda bem negativo: 44,8% abaixo da produção de janeiro a agosto de 2019, com 1 milhão 110 mil veículos. São quase 900 mil unidades produzidas a menos do que nos primeiros oito meses do ano passado: “É o equivalente a mais de três meses de produção perdidos, um volume substancial”.
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