São Paulo – A Volkswagen Caminhões e Ônibus anunciou novo ciclo de investimento na sua operação brasileira, agora de R$ 2 bilhões, de 2021 a 2025. O valor será aplicado no desenvolvimento de tecnologias de propulsão, para veículos comerciais elétricos, na digitalização e na conectividade dos serviços, localização de peças e componentes e na melhoria contínua das operações da fábrica de Resende, RJ, além do incremento ao processo de internacionalização da marca.
Segundo o presidente Roberto Cortes este é o maior valor aplicado em um mesmo ciclo na história da empresa. O último, encerrado este ano, foi de R$ 1,5 bilhão. Ele anunciou também a contratação de 550 trabalhadores para as linhas de Resende, com o objetivo de atender à aquecida demanda por caminhões e ônibus nos próximos meses.
“Com as contratações garantimos as entregas do fim deste ano e do início do ano que vem, pois o mercado está se recuperando após ser afetado pela pandemia da covid-19. Boa parte dos trabalhadores serão alocados nas linhas do extrapesado Meteor, recém-lançado e grande sucesso, e outros para reforçar a produção das demais linhas de produto.”
Cortes confirmou que em 2021 chega ao mercado o Volkswagen e-Delivery, primeiro caminhão elétrico desenvolvido e produzido em série no Brasil. Já há encomenda firme de cem unidades pela Ambev, que possui outras 1,5 mil em intenção de compras. Os investimentos anunciados pelo presidente incluem desenvolvimento de outros modelos elétricos e de tecnologias de propulsão mais limpas, com menos emissão de CO2.
Digitalização dos negócios e conectividade são outro pilar do aporte, que envolve também melhorias de eficiência na fábrica e a nacionalização de componentes, movimento considerado importante pelo presidente da VWCO tanto para reduzir a exposição ao dólar como para minimizar dificuldades de abastecimento, como as que a indústria vem passando.
“Estamos administrando a situação de falta de insumos. Cada dia surge um novo ponto de escassez, um diferente tipo de produto apresenta falta. Estamos com reuniões diárias para monitorar a situação. No passado acreditamos que o retorno não seria tão forte como vem sendo e a questão é matemática: o mercado está demandando e a produção não dá vazão. Agora a cadeia trabalha para se adequar ao ritmo”.
Outro objetivo do investimento é a internacionalização da marca Volkswagen em caminhões e ônibus. Cortes reconheceu que, apesar de ser forte em mercados latino-americanos e africanos, ainda há espaço para fortalecer em outros países, mas não citou qual será o foco desta ofensiva.
A maior integração ao Grupo Traton será outro ponto importante no futuro: o executivo disse que, ao agregar a Navistar à companhia, buscará sinergias com a nova parceira para fortalecer a operação local.
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