São Paulo – Na sexta-feira, 9, a Fiat completa 45 anos de atividades no Brasil. Em grande forma: líder de mercado com ampla distância para a vice-líder, com o dobro de vendas com relação ao ano passado, com o veículo leve mais vendido do País no semestre e perspectivas positivas para os próximos meses, uma vez que este resultado foi alcançado ainda sem os volumes de seu principal lançamento do ano, o SUV Pulse.
Cenário bem diferente daquele encontrado por Herlander Zola há quatro anos, quando trocou a Audi pela então FCA e assumiu as operações da Fiat no Brasil. Fazia poucos dias que o hatch Argo havia sido lançado, a ponta do iceberg da renovação de um portfólio que ainda oferecia opções mas estava um pouco defasado com relação às expectativas do consumidor local. À época a Fiat estava com 13% de market share e em declínio.
“Ao chegar definimos, junto com a direção, um planejamento para a retomada da marca”, disse Zola. Este planejamento consistia principalmente em produtos que atendiam aos anseios do brasileiro: SUVs e motores turbo. Mas, curiosamente, a liderança foi conquistada antes mesmo destes projetos chegarem às ruas.
Desde o começo do ano a Fiat lidera o mercado nacional, mês a mês. Em junho fechou com 26,1% das vendas – um em cada quatro veículos leves vendidos no País foi produzido em Betim, MG, ou Goiana, PE. Dos dez carros mais emplacados no mês cinco foram Fiat.
As vendas do primeiro semestre dobraram com relação aos seis primeiros meses de 2020. Com 223,8 mil licenciamentos, acumulou 22,1% de participação, 7,8 ponto porcentual acima do registrado em 2020. Só com a participação agregada no primeiro semestre a Fiat ocuparia a quinta posição do ranking.
“É resultado de uma nova estratégia que envolveu mudança no portfólio de produtos e modernização da marca, promovida no ano passado”, disse Zola. “Até o fim do ano que vem todas as nossas quinhentas concessionárias estarão remodeladas, de acordo com a nova identidade da Fiat.”
Isso, como dissemos antes, ainda sem os SUVs e motores turbo. No segundo semestre será lançado o Pulse, primeiro SUV Fiat produzido no Brasil, e no ano que vem será a vez do segundo modelo utilitário esportivo. Os motores turbo estrearam na Toro e serão gradativamente adicionados ao portfólio atual, ampliando a opção de versões, assim como a transmissão CVT, que deverá estrear na Strada ainda em 2021.
Será este ano, também, que a Fiat dará seu primeiro passo rumo à eletrificação, com o 500 elétrico. Chegará importado, sem pretensões de grande volume, mas como importante peça de posicionamento de mercado, na avaliação do diretor.
“Hoje cobrimos em torno de 65% do mercado brasileiro com nosso portfólio. Com esses lançamentos alcançaremos 100% do mercado.”
Joga contra o contexto global da indústria. Até agora a Stellantis, dona da Fiat, conseguiu driblar as dificuldades da crise de semicondutores e, ao contrário de suas concorrentes, oferecer boa disponibilidade de produtos ao mercado. Algumas soluções curiosas foram adotadas, como a concentração da produção de um único modelo em uma semana em Betim, trocando para outro na semana seguinte, o que garante bom estoque de peças para cada modelo. Mas, mesmo assim, as linhas foram paradas em algumas ocasiões, e turnos em outras.
“Nossas equipes de produção e logística têm feito uma ginástica incrível para garantir a disponibilidade, que vem sendo a nossa grande vantagem competitiva.”
Vantagem que ajudou a colocar a Fiat de volta ao topo. Onde pode ficar até chegar ao seu cinquentenário.