São Paulo – O que era questão de tempo tornou-se realidade com o fechamento do primeiro semestre: os SUVs superaram os hatches na preferência do consumidor brasileiro. Segundo divulgou a Anfavea na quarta-feira, 7, eles representaram 39,4% dos emplacamentos de automóveis de janeiro a junho, ante 39% dos hatches.
A inversão na curva foi rápida: no primeiro semestre do ano passado os hatches responderam por 44% dos licenciamentos e os SUVs 30%. A maior oferta de utilitários no período, aliada à própria estratégia das montadoras de priorizar modelos de maior valor agregado durante a crise dos semicondutores, contribuiu para essa reversão. Há outro fator importante: o hatch Chevrolet Onix, veículo mais vendido do Brasil, não está sendo produzido desde abril, também por causa da dificuldade no fornecimento de componentes.
No semestre foram emplacados 1 milhão 74 mil veículos no País, volume 32,8% superior ao de igual período do ano passado. Deste volume, 1 milhão 7 mil foram veículos leves, dos quais 804,4 mil automóveis e 203,5 mil comerciais leves, crescimento de 31,7%, 26,3% e 58,8%, respectivamente, com relação aos seis primeiros meses de 2020.
O presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, lembrou que o crescimento é sobre uma base baixa, pois a pandemia, e as medidas de restrição aplicadas no ano passado, prejudicaram pelo menos um trimestre de vendas. De todo modo poderia ser maior: ele calcula um impacto de 100 mil a 120 mil unidades a menos no mercado, neste ano, por causa das dificuldades de abastecimento de peças, em especial a crise dos semicondutores.
A crise de abastecimento vem afetando, também, os estoques, que fecharam o mês passado em nível suficiente para abastecer apenas quinze dias de vendas, com 93 mil unidades.
Em junho foram comercializados 182,5 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, volume 3,3% inferior a maio e 37,4% acima de junho do ano passado.
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