São Paulo – A YPF trabalha para avançar em outros negócios no mercado, além dos lubrificantes automotivos, a partir dos trabalhos do seu centro de pesquisas de novas matérias-primas instalados na Argentina. Combustíveis alternativos e produtos químicos, como os polibutenos PIB10 e PIB30, usado pela indústria automotiva, são algumas das soluções em estudo.
Todas as indústrias químicas importam essas soluções, mas a YPF passará a fornecer, cotada em real, ao mercado brasileiro a partir da Argentina. O que, segundo Elaine Quirino, sua gerente nacional de vendas, deverá ser um grande diferencial: "A produção na Argentina facilita os testes de homologação para novos clientes, assim como a comercialização em real contra o preço em dólar dos nossos concorrentes".
A grande demanda das indústrias, hoje, é pelo PIB30 e pelo PIB10, mas também há crescimento nos pedidos pelo PIB200. Então a YPF aumentará o portfólio de produção na Argentina. No futuro, caso a demanda local seja ainda maior, nada impede a construção de uma unidade para produzir localmente: tudo dependerá do mercado, segundo a executiva.
O PIB é um componente usado também na produção de lubrificantes automotivos e a YPF está disposta a fornecer a solução para os seus concorrentes, que poderão encontrar preços mais competitivos na comparação com os importados. Para Quirino também neste caso nada impede essa parceria com empresas de lubrificantes, desde que o negócio seja interessante para ambas.
Os combustíveis alternativos, usados por montadoras para testes dos motores, também foram desenvolvidos na Argentina e competem, no Brasil, com os importados. Mais uma vez o fato de oferecer cotação em reais pode ser um grande diferencial ante os seus concorrentes: "Temos uma grande equipe dedicada a esse segmento na Argentina e a expectativa é de avançar nesse segmento, pois até o momento as montadoras só tinham a opção de importar".
No segmento automotivo a YPF projeta crescimento de 15% sobre 2020, ainda que com algumas incertezas sobre o desempenho no mercado de veículos novos, que está sofrendo para produzir por causa da falta de componentes. Os negócios também são impulsionados pela maior demanda da reposição, pois empresas e pessoas físicas estão demorando mais tempo para trocar de carro, aumentando a procura por manutenção.
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