São Paulo – A Iveco está passando de lado pela turbulência causada pelo novo coronavírus ao seguir ampliando o leque de seu portfólio. No ano passado registrou alta de 30% nas vendas em um mercado que amargou retração de 11%, e neste primeiro semestre apresentou ampliação de 71% frente à expansão de 50% do setor. Para direcionar suas apostas para nichos de mercado lançou na segunda-feira, 13, o Tector Auto-Shift Coletor com câmbio automatizado, destinado à coleta de resíduos.
Segundo o diretor de vendas da Iveco Brasil, Ricardo Barion, o mercado de coleta gera em torno de 1 mil a 1,5 mil unidades anuais, o que é estimulado pela renovação da frota das prefeituras: “Estamos lançando produto exclusivo. Comparando com outras montadoras só nós temos o veículo com câmbio automatizado, que foi desenvolvido para esse conceito. Queremos participar em pelo menos 10% desse mercado com essa opção que só nós temos”.
Ele informou que já existem vinte unidades desenvolvidas, produzidas e negociadas.
Com relação às versões mais próximas do Tector Auto-Shift Coletor, que possuem câmbio automático, são estimados custos inicial e de operação, inclusive de consumo de combustível, pelo menos 20% menores. O câmbio apresenta duas marchas à ré, uma vez que esse tipo de veículo percorre longas distâncias à ré, justificou Bernardo Pereira, diretor de marketing da Iveco para a América do Sul: “Trata-se de caminhão muito mais fácil de ser conduzido. E a solução traz mais rentabilidade ao motorista e ao frotista”.
Pereira contou que existe a possibilidade de ampliar a automatização para modelos com missões mais severas, como betoneiras.
O presidente da Iveco para a América do Sul, Márcio Querichelli, lembrou que a empresa não lançará, nem comercializará, nenhum veículo que não esteja 100% preparado para as aplicações no País: “É algo que faz parte do nosso atual DNA. Se tivermos uma dúvida sobre se o produto terá sucesso no mercado, se entregará o que precisa ao cliente, se tem qualidade necessária e se haverá atendimento na rede concessionária, não lançaremos”.
O pós-venda está presente em quase 100% do território brasileiro: o último passo será dado em dezembro com o ingresso em Porto Velho, RO.
De acordo com Barion o segmento de semipesados, do qual o Tector faz parte, apresentou o melhor volume do ano em agosto, com crescimento de 500% ante igual mês em 2020. Na venda ao varejo em geral no mês passado houve o melhor faturamento dos últimos oito anos, com 150% de aumento ante 2019, no pré-pandemia: “Estamos com volumes crescentes há mais de 24 meses. E essa expansão ocorre mês a mês, é sustentada, não se trata de fenômeno pontual”.
Até o fim deste ano a expectativa é a de que o mercado seja ampliado em 30% e atinja 140 mil unidades, incluindo o segmento de 3,5 toneladas.
Querichelli afirmou que não há um segmento sequer em que a marca não cresça hoje: “Acreditamos que a demanda reprimida e o potencial do nosso mercado são superiores ao patamar que tínhamos em 2014, em que havia expansões global e local”.
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