São Paulo – Você tem mais carros do que precisa. É com essa premissa que a Joycar vem dobrando seu faturamento desde 2019 e projeta encerrar o ano com receitas na casa dos R$ 2 milhões. Ao desenvolver sistema de gestão de veículos compartilhados a startup propõe às empresas que reduzam suas frotas. Ao adotar solução mais sustentável, transmitem uma experiência inovadora e, ao mesmo tempo, conseguem economizar.
O CEO Rafael Taube acredita que não é preciso dar um automóvel para o colaborador: “O carro é ativo caro e gera muita pegada de carbono. Quando ele tiver necessidade de se deslocar basta entrar na plataforma, reservar um veículo, abrir o carro com o próprio celular ou com o crachá da empresa, fazer o processo de check list, reportando avarias ou condições de limpeza e sair. A partida do carro só é liberada após o envio desse relatório”.
Dessa forma o gestor da frota consegue demonstrar o período exato em que o carro foi usado, quantas partidas foram dadas, qual a rota realizada, a velocidade em que dirigiu e quanto combustível dispunha. E, inclusive, se dormiu fora da base ou se foi usado em viagem no fim de semana:
“Tudo o que é gerado de informação por meio dos check lists de retirada e de devolução e do período em que o carro está em uso é registrado na plataforma para auxiliar a vida do gestor. Com base nesses dados são gerados avisos aos setores responsáveis: se houve avaria, se atingiu 10 mil quilômetros e requer revisão, se precisa ser limpo”.
O sistema da Joycar também conta com plataforma de carona embutida para tornar ideais as viagens, ao unir funcionários que possuem destino semelhante. E, a fim de manter a quilometragem dos veículos de forma mais homogênea e evitar que determinadas unidades fiquem mais rodadas do que outras, devido à preferência por algumas delas, o sistema oferece, primeiro, os carros de menor quilometragem.
“Ainda estamos no começo, temos poucos clientes. Cada caso gera ganhos diferentes. Tem empresa que estava focada em melhorar a eficiência operacional, que já tinha carros compartilhados, mas fazia tudo no manual, com check list no papel e tirar foto, salvar em PDF para se algum dia apresentasse problema ter como solucionar. Fechamos um contrato em que uma empresa devolveu metade da frota e adaptou o uso de duzentos carros para 1,5 mil colaboradores. A economia estimada é de R$ 7 milhões por ano.”
Expansão – Pioneira desse mercado e, segundo Taube, filha única, a Joycar está baseada em São Paulo e possui, hoje, dezessete funcionários – que no início do ano eram nove. A startup tem dez clientes, como montadoras, construtoras e empresa de petróleo e energia, com contrato total de R$ 10 milhões para 1,2 mil carros, metade deles com o sistema já instalado e rodando em dezesseis estados mais Distrito Federal: “Nosso próximo gol será colocar para rodar 1 mil carros. Além de tentar convencer o RH das empresas a estender o benefício a todos os profissionais e a desenvolver solução para pequenas e médias empresas, que também tem muitos carros e que, eventualmente, não dispõem dessa gestão.”
A projeção é encerrar o ano com receita de R$ 2 milhões, que vem dobrando desde 2019. Para 2022 a meta é mais arrojada: triplicar o faturamento. Para tanto a disposição é a de conquistar mais três clientes até dezembro e no ano que vem chegar a trinta.
“O plano era mais ousado, mas na pandemia preferimos organizar a casa primeiro para depois crescer do que o contrário. Realizamos rodada de crowdfunding de R$ 2,3 milhões, que usamos exatamente para nos organizar. Agora buscamos nova rodada de investimentos para expandir a operação: estamos conversando com investidores e a ideia é buscar algo perto de R$ 10 milhões.”
O CEO da Joycar disse que também faz parte do planejamento futuro o ingresso em segmentos além do corporativo, como o mercado de locação, com o objetivo de ajudar a qualquer pessoa a criar locadora digital.
Foto: Leo Branco/Divulgação.