São Paulo – A persistente crise global derivada da pandemia e que tem mantido as dificuldades no abastecimento de peças e de matéria-prima fez com que, diante da reduzida oferta de automóveis e comerciais leves, as vendas de outubro recuassem 26,8% com relação ao mesmo período em 2020. Conforme dados da Fenabrave divulgados na quinta-feira, 4, foram comercializadas no mês passado 150 mil unidades 0 KM.
O presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, ponderou que as vendas de todos os segmentos automotivos vêm oscilando de acordo com o fluxo de produção e que a demanda, por parte do consumidor, se mantém alta. "Mas há segmentos em que a espera por um produto pode levar meses em razão dos baixos estoques das concessionárias, que não estão conseguindo ter todos os pedidos atendidos pelas fábricas devido à falta de insumos e componentes”.
A maior indisponibilidade de modelos de carros fez com que houvesse migração do consumidor para picapes e vans em setembro, mas no mês passado essa equação se inverteu novamente, diante de maior oferta de automóveis, o que fez com que o segmento se recuperasse, enquanto que o de comerciais leves apresentou queda nas vendas.
Foram comercializados 119 mil 315 carros no mês passado, volume 9,4% maior do que nos trinta dias anteriores, mas 21,9% inferior ao de igual período em 2020. Quanto às picapes e vans os 30 mil 764 emplacamentos representam recuo de 7,5% na comparação mensal e de 16,3% na anual. Somadas as categorias emplacaram 5,4% a mais do que em setembro.
De janeiro a outubro, porém, ambos os segmentos ainda estão apresentando melhor desempenho do que no mesmo período no ano passado. Juntos, venderam 1 milhão 619 mil unidades, alta de 7,7%. Comerciais leves acumulam incremento de 32,1%, com 344 mil 27 licenciamentos. Já os 1 milhão 275 mil carros vendidos representam expansão de 2,6%.
Assumpção Júnior ponderou, no entanto, que além da indisponibilidade de modelos pela falta de insumos e de componentes, o que ele acredita que se resolva apenas em meados de 2022, na melhor das hipóteses, outros fatores começam a preocupar: “A recente alta nas taxas oficiais de juros e a possibilidade de novas elevações podem influenciar a decisão de compra por parte do consumidor e na oferta de crédito, que pode se tornar mais seletiva. É um cenário que estamos observando com muita atenção”.
Foto: Hyundai / Divulgação.