São Paulo – Na contramão dos setores produtivos que sofreram com redução na demanda e com problemas de caixa gerados pela pandemia, o ramo de implementos rodoviários, composto em sua maioria por empresas familiares, empregava, em dezembro do ano passado, em torno de 45 mil colaboradores diretos em todo o País. Este ano houve contratações, motivadas pelo bom momento vivido pelo segmento.
Pois, na esteira do pujante agronegócio e do crescimento da demanda da construção civil e do e-commerce, as empresas que produzem implementos rodoviários ampliaram suas vendas em 38,2% até outubro, com 134 mil 244 unidades, o que configura o melhor resultado em seis anos e as deixa perto da meta de encerrar 2021 com 156 mil unidades.
Embora a Anfir, Associação Nacional Fabricantes de Implementos Rodoviários, ainda não disponha dos números deste ano, seu vice-presidente, Kimio Mori, assegurou, durante painel que encerrou Fórum Veículos Comerciais, realizado de forma online pela AutoData Editora, que o instante é muito importante para as empresas.
Sílvio Campos, diretor comercial da Librelato, apoiou as palavras de Mori ao lembrar que a companhia ampliou seu quadro com trezentos novos postos de trabalho este ano, totalizando 2,1 mil empregados, com projeção de encerrar 2021 com crescimento de 75%. E diante do anúncio de investimento de R$ 198 milhões em três anos, do lançamento de linha de carroçarias e da perspectiva de crescer 35% em 2022 mais cem vagas deverão ser abertas.
Alves Pereira, diretor da Rodofort e da Guerra, também reforçou a informação, pois esse crescimento vem desde 2018: “Nessa época éramos doze funcionários, hoje somos 350 só na Rodofort. A Guerra, que voltou a operar há sessenta dias, já está com 250 colaboradores. Existe necessidade, pelo crescimento, de incorporarmos mão de obra, que deve chegar a 1 mil empregados até o fim do ano que vem, totalizando 1,4 mil nas duas fábricas".
Em abril a Rodofort venceu leilão e adquiriu a massa falida da Guerra, fora do mercado havia quatro anos, por R$ 90 milhões.
Mori destacou que a maior necessidade por mão de obra nessa indústria se deu, também, pela customização na fabricação de implementos, devido à maior oferta de produtos: “Os mais antigos lembram quando, no Brasil, havia basicamente carreta três eixos, graneleiro, basculante e tanque. E que a linha graneleiro servia para transportar qualquer tipo de carga, hoje melhor distribuída com furgão e sider. Com o bitrem, bitrenzão e rodotrem, por exemplo, tivemos diversas customizações e aumento da capacidade de carga útil de cada implemento, o que fez com que as empresas tenham gama de produtos muito ampla com relação a modelos e configurações”.
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