São Paulo – Embora um dos mais importantes conceitos do plano Renaulution, lançado pela Renault no ano passado para melhorar sua saúde financeira, seja situar seus principais produtos nas prateleiras mais altas do mercado para, assim, conseguir melhores margens nas vendas, é consenso que o Kwid, modelo de entrada, não pode ser descartado. A importância do hatch com pegada de SUV extrapola as finanças: é um carro que ajuda na boa imagem e na popularização da marca.
Segundo a Renault 50% dos clientes do Kwid eram donos de um carro usado ou seminovo. Outros 23% não possuíam nenhum carro na garagem. Ou seja: 73% dos compradores do compacto foram brasileiros que jamais tinham sentido a alegria de possuir um modelo 0 KM. No ano passado foram 52,9 mil unidades comercializadas.
“O Kwid é a porta de entrada para o zero quilômetro”, disse Bruno Hohmann, vice-presidente comercial da Renault. “Seu papel dentro do Renaulution é fundamental. Nosso CEO global, Luca de Meo, deixou clara a importância de trabalhar com o Kwid por muito tempo.”
E a Renault seguiu as premissas de seu planejamento ao atualizar o hatch, que ganhou mudanças visuais, mecânicas e comerciais neste começo de 2022. A começar pelo abandono da versão Life, que não oferecia direção elétrica nem ar-condicionado, na linha 2023 que já está disponível nas 280 concessionárias espalhadas pelo Brasil: “A Life representava de 1% a 2% das vendas. A Zen, nossa nova versão de entrada, responde por 60% do mix”.
Com quatro airbags e novidades como ESP, controle eletrônico de estabilidade, HSA, assistente de partida em rampa, e sistema start-stop o Kwid Zen manteve o preço da geração anterior, R$ 59 mil 890, o carro 0 KM mais barato atualmente oferecido no mercado brasileiro. A versão Intense agrega itens como retrovisores elétricos, sistema multimídia com tela de 8 polegadas e lanternas com assinatura em LED por R$ 64 mil 190. A Outsider, com conceito aventureiro, sai por R$ 67 mil 690.
O motor segue o 1.0 sCE, com três cilindros, que alcança até 71 cv com etanol e 68 cv com gasolina. Cálculos da Renault apontam que o Kwid chega a fazer até 15 km/l rodando com gasolina na cidade.
O design foi renovado com novo para-choque, luzes de circulação diurna em LED em todas as versões na parte dianteira e novo desenho na traseira. Tudo obra do Centro de Design da Renault do Brasil, que ganhou a concorrência e foi responsável pelo desenvolvimento do design de todas as versões do Kwid no mundo.
Hohmann acredita que clientes de carros de entrada descontinuados no fim do ano passado pela entrada de novas normas de emissões e segurança acabarão migrando para a linha Kwid. Está de olho em compradores de Fiat Uno e Chevrolet Joy, por exemplo. A companhia, porém, não divulga expectativa de vendas.
O Kwid está disponível, também, no Renault On Demand, programa de assinatura da companhia. No plano de trinta meses, com 500 quilômetros de franquia, a mensalidade sai por R$ 1 mil 250.
Fotos: Divulgação.